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UM BEIJO ROUBADO (De Wong Kar Wai, com Norah Jones)

Por Rose Pedrosa
Filósofa Clínica
Fortaleza/CE

Atualmente tenho assistido as obras do diretor Wong Kar Wai pela forma agradabilíssima que consegue contar uma história sensível. Esteticamente muito atraente e impressionante, com planos pensados na medida certa e cortes que dão um charme a mais, Wong Kar-Wai mantém pelo menos essa marca que é tão recorrente em seus filmes orientais. Além disso, o filme traz uma excepcional fotografia, repleta de jogos de cor e sombras, obra de Darius Khondji. Ele foi diretor de fotografia de Delicatessen (1991). A trilha sonora de My Blueberry Nights foi assinada por Ry Cooder (Paris, Texas).

O cineasta chinês Wong Kar Wai, autor de lindas películas que já conquistaram prêmios como In the Mood for Love (Amor à Flor da Pele, de 2000), com Happy Together (Felizes Juntos), além de ter causado polêmica com 2046 (2046: Os Segredos do Amor, de 2004). Em 2008 estreiou mais uma de suas obras primas My Blueberry Nights (Um beijo roubado) onde apresenta a estréia da musa do jazz e do pop Norah Jones, para protagonizar ao lado de outros grandes nomes como Natalie Portman, Rachel Weisz, David Strathairn e Jude Law.

A película, Um Beijo Roubado, traz a história de uma mulher que quer resolver sua questões interiores sobre o amor e para isso decide embarcar numa jornada através da América. No meio do caminho, no entanto, ela vai encontrando uma série de personagens incomuns. O que centraliza a película não são as viagens, mas a distância.

A indicação do cineasta pela artista Norah Jones é justificada por suas próprias palavras: “Quando se escuta a sua voz, só sua voz, já se pode escutar uma história; por isso, gosto dela; por isso, quis fazer um filme com ela".

Prestes a começar a filmar, Norah desceu do avião com pouca bagagem e um violão, imaginando que teria tempo de compor entre um take e outro. Semanas se passaram e o diretor nunca ouviu ao menos um acorde vindo do quarto da artista, a poucas portas no mesmo corredor de hotel. Mas ficou surpreso quando, ao final da jornada, recebeu da cantora um CD com a gravação de “The story”, escolhida para abrir o disco com a trilha do longa.

A película, como prefiro me referir a obra de Wong Kar Wai, é uma arte complexa onde traz linguagens diferentes atuando num contexto de grande sensibilidade. Um dos maiores gênios da atualidade, e alguns de seus filmes já se encontram em listas especializadas como referências para se entender o cinema multiétnico de hoje. Com ele, comprova-se que o centro criativo da sétima arte, mais e mais, nunca esteve tão desdobrado em inúmeras forças criativas fora do eixo EUA-Europa.
intellectus-intellectus.blogspot.com

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