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Falta-nos tempo

Rosângela Rossi
Juiz de Fora/MG

Quantas coisas passam despercebidas em nossas vidas. Mal olhamos o que nos chega. Passamos os olhos apressados. As superficialidades chamam mais atenção. Estar por inteiro em cada instante e detalhe deixou de ser prioridade.

Faltam-nos tempos para os amigos, no conversar leve sem competição. Não temos mais tempo para um simples telefonema para dizer os quanto os admiramos e saudades sentimos. Fica um vazio na alma e deixamos de lado os afetos gostosos.

Cartas não mais escrevemos. Correspondências de profundos temas ficaram de lado no corre, corre da vida. O diálogo franco e sincero na busca da verdade passou a ser bobagem de intelectuais. Agradecimentos nem mais se escuta.

Imagino Diógenes, lá na Grécia antiga, com sua lamparina acessa durante o dia, dizendo: “Procuro o homem”. Isto significava: procuro o homem que vive segundo a sua mais autêntica essência e sua genuína natureza.

Falta-nos tempo, pois há muito que consumir e assistir na TV... Falta-nos tempo, pois o sagrado deu lugar ao profano, a solidariedade ficou em segundo plano para a competição, a admiração foi trocada pela inveja e muitas virtudes deixaram de ser soberanas.

Falta-nos tempo para pensar e refletir, posto que pensar traz a consciência de qual longe estamos de nós mesmos. Fugimos da dor da verdade preferindo alienar na solidão da maioria.

Faltam-nos, não coisas, que temos em excesso, mas um parar para sermos humanos no compartilhar amorosa e simplesmente.

Falta-nos tempo para ver a natureza em festa, tomar um chá sem pressa e dizer no pé do ouvido do amigo: -Te amo!

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