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No intervalo lucidez louca

Rosangela Rossi
Juiz de Fora/MG

Não sou Clarice mas sinto desejo de expressar o que corre em minha alma sem virgulas e pontos finais num pensar que vai acontecendo sem censura na loucura de ser quem sou no perder e me achar no meio destas escutas do meu ser terapeuta mulher amante amiga mãe múltiplas de mim que dissolvem e se unem no tagarelar e silenciar sorrir chorar deixando sair dioniso com suas bacantes homenageando afrodite nos pés de mercúrio em direção a jupiter me embriagando de palavras em poesia me encantando com o tudo e o nada sentindo o caos no cosmos infinito fazendo intervalos no respirar não precisando seguir normas nem ser perfeita comer pipoca sem culpa de ser feliz barulho de ambulância lá fora na espera de meu pai que parte e ainda dorme em paz sabendo nada do depois mais fiando que existe algo indefinido na certeza deus no meio de muitas dúvidas fazendo as pazes com as máquinas e convivendo nos intervalos com distantes virtuais que se tornam presentes e me aquecem como este café quente nesta tarde intervalo entre um partilhante paciente que amo e nos esperamos entre dores e sofrimentos em busca de fazer a alma mas toca o sino e ponho fim a este sem fim de mimcaos cósmico de lucidez louca de tudo e nada ser presente na mente que desmente e esvazia no meditar no nada do tempo entre o tempo de karos no relogio da vida acontecente desassossego de fernando pessoa em mim em mares a navegar brasileiro no respirar enquanto paro no deserto de mim encontrar mar amar de mim no nós que afina no fino eixo de encontrar o mundo do outro sair de mim e se render ao nós de nossos laços composição em comunhão sem me perder em meio ao todo mundo em torno do qual tudo se faz em sedução e falta no desejo que se solta e escraviza consumindo ilusões na grande perdição da vida

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