Axiologia
Andrea Vermont
Filósofa Clínica
Uberlândia/MG
O grande desafio do “terapeuta”, e ai incluindo todas as “terapias”, talvez não seja a absorção de conteúdos, nem o labor da formação, e nem mesmo os mundos que se fenomenalizam diante de si, na pessoa do outro. O maior desafio talvez, seja ter que conflitar constantemente seus valores, com os valores que ali se desnudam e ainda assim não pré-conceituar, não direcionar, não significar...
Bem dizia o velho Sartre: “Meu inferno são os outros”, pois o diferente atua em mim como um fator revelador, que coloca em questionamento também a minha história, meu ser, meus valores, e especialmente a minha dificuldade de lidar com a alteridade.
Pensando no mundo Schopenhaueriano, como sendo uma representação pessoal de cada um, nos deparamos com as dificuldades em aceitar a representação axiológica do outro, quando esta é muito diferente da minha, pois quando eu “estou” terapeuta, eu não consigo prescindir em totalidade daquilo que eu “sou”.
Acontecerá então, em algumas partilhas, que a intercessão entre “E.Ps” se tornará deveras sofrida para o terapeuta, que também tem os seus valores e é movido por eles, necessitará então de descobrir um submodo que o faça sentir-se mais a vontade no seu papel existencial, desempenhado ali.
A axiologia é um submodo muito eficaz, por que talvez ela seja um arcabouço de todos os outros, pois tudo do que nós fazemos tem haver com aquilo no qual acreditamos e valoramos.
Questão complexa, num mundo onde valores são tantos quanto á necessidade de auto-justificativa das pessoas.
Pensar em valores e respeitá-los, tendo como verdade que cada homem é a sua própria medida, não é tarefa das mais simples.
Luta árduo ser o personagem de quem sempre se espera a solução ou resposta, numa situação onde os confrontos de valores e suas superações são os grandes desafios.
Terapêutico seriam então, não os relatos, e menos ainda “os conselhos”, mas a possibilidade de se ver respeitado por alguém que representa totalmente diferente de mim, e ainda assim me acolhe e me aceita.
Andrea Vermont
Filósofa Clínica
Uberlândia/MG
O grande desafio do “terapeuta”, e ai incluindo todas as “terapias”, talvez não seja a absorção de conteúdos, nem o labor da formação, e nem mesmo os mundos que se fenomenalizam diante de si, na pessoa do outro. O maior desafio talvez, seja ter que conflitar constantemente seus valores, com os valores que ali se desnudam e ainda assim não pré-conceituar, não direcionar, não significar...
Bem dizia o velho Sartre: “Meu inferno são os outros”, pois o diferente atua em mim como um fator revelador, que coloca em questionamento também a minha história, meu ser, meus valores, e especialmente a minha dificuldade de lidar com a alteridade.
Pensando no mundo Schopenhaueriano, como sendo uma representação pessoal de cada um, nos deparamos com as dificuldades em aceitar a representação axiológica do outro, quando esta é muito diferente da minha, pois quando eu “estou” terapeuta, eu não consigo prescindir em totalidade daquilo que eu “sou”.
Acontecerá então, em algumas partilhas, que a intercessão entre “E.Ps” se tornará deveras sofrida para o terapeuta, que também tem os seus valores e é movido por eles, necessitará então de descobrir um submodo que o faça sentir-se mais a vontade no seu papel existencial, desempenhado ali.
A axiologia é um submodo muito eficaz, por que talvez ela seja um arcabouço de todos os outros, pois tudo do que nós fazemos tem haver com aquilo no qual acreditamos e valoramos.
Questão complexa, num mundo onde valores são tantos quanto á necessidade de auto-justificativa das pessoas.
Pensar em valores e respeitá-los, tendo como verdade que cada homem é a sua própria medida, não é tarefa das mais simples.
Luta árduo ser o personagem de quem sempre se espera a solução ou resposta, numa situação onde os confrontos de valores e suas superações são os grandes desafios.
Terapêutico seriam então, não os relatos, e menos ainda “os conselhos”, mas a possibilidade de se ver respeitado por alguém que representa totalmente diferente de mim, e ainda assim me acolhe e me aceita.
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