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A Força do Amor.

Adelaide Maria Zavarize_Dayde
Porto Alegre/RS

O Universo conspirava,
Para que meu amor surgisse.
Trouxe-o junto a mim.
Deu-me o "tratamento"que tanto precisava.
Duas almas, num mundo tão distantes,
Encontravam-se em lugar sagrado.

Imagina quem muito do amor necessitava.
Em busca do alívio da dor existencial peregrinava.
Em dias sombrios, de trevas, entre lágrimas percorria.
Tantos anos a alma enclausurada padecia.

Oh, rótulos invisíveis que extirpam a dignidade!
Dignidade que em Deus é completo alicerce.
Homens "coroados" de suas autoridades,
Marcam como gado o ser humano já tão desgraçado!

Fui mendiga do amor. Arrastei-me dentro de mim.
Bati em portas sem nada encontrar.
Portas se fechavam nesse meu caminhar.
Mas o amor começava a me alicerçar.

Uma vez a dor foi tanta,
Que perguntei ao "homem coroado":
Por que não há um termômetro,
Que mostre o grau desse meu mal não suportado?

Desejava um problema físico qualquer,
Qualquer coisa visível que pudesse me fazer gemer de verdade.
Até que um dia, o grande amigo, o amigo sábio,
Na minha vida apareceu.

Sua amizade, seu olhar humano,
Seu "toque de classe”, sem rotular
Como único, em sua compreensão,
Estendeu-me a mão humana: a de um irmão.

Enquanto eu sofria e queria tanto meu alívio,
O homem querido viajava em sua busca.
Viajava através das leituras dos livros e do mundo,
Preparava a Ciência,
A Ciência que encanta e encantará, mais ainda, o mundo.

Não dá mais para a alma suportar.
Os "homens coroados” de suas autoridades.
Onde está Deus e a humanidade?
Se ainda tratam almas, únicas, como gado massificado?


Que vontade eu tenho de chorar!
Que vontade eu tenho de gritar!
Imploro a Deus pelo que já sofri e vejo sofrer,
Tantos irmãos em Cristo que tenho para amar.

Que vontade eu tenho de gritar!
Parem cérebros de funcionar!
Tanta tecnologia a criar,
Mas tão longe do coração para humanizar!

Que vontade eu tenho de gritar!
Parem, parem, parem cérebros a conquistar.
Pois quanto rastro, quanta pobreza impera:
É o desequilíbrio entre a tecnologia avançada,
E a ausência do humano reino interno,
Em brutos homens das cavernas a se formar.

Imagina que, a força recebida,
Fez-me superar as pedras no meu caminho.
Ajudou o meu sonho aflorar;
Deu-me a paz do homem bom,
E tudo o mais, pude então, suportar.

Em meu coração, um sentimento se desvelava:
A descoberta da Misericórdia Divina,
Na miséria de minh’alma,
Que a tudo constatava.

O Mal rondava-me; aprendi o escudo usar.
Porque senti o quanto Deus,
O ser humano precisa buscar.
Mas o quanto distantes Dele, teimam em ficar.

Há necessidade de fé, do amor, da esperança,
Da necessidade de pessoas a orar.
E se hoje, num sonho, fosse uma amazona,
Desfraldaria a maior das bandeiras : a do amor de Maria a Medianeira!

Não posso gritar, mas posso deixar, esta simples poesia.
Um "grito" interno e surdo para dizer sem medida,
Sou a quem fui: uma mendiga do amor,
Sou a quem sou: tão pequena,
Porém, na pequenez, tão próxima de Deus, é o meu amor.

Sou a quem sou: pensadora de como vai a humanidade.
Sou a quem sou: ontem, a pedir amor .
Sou a quem sou: hoje, no silêncio da poesia e do clamor,
Desejando sobre as asas,
Voar para você, o meu amor.

O amor é a essência de tudo e força transformadora.
Término dia 08 de Julho de 2010.

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