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Palhaço ou robô ?

Rosângela Rossi
Psicoterapeuta e Filósofa Clínica
Juiz de Fora/MG

Podemos escolher nosso caminhar, afinal somos livres. Ou não somos?

O Palhaço se solta na vida. Ri e encontra a vida existente em todos que passam por seu caminho. Palhaço é presença:- Aqui estou e sou como sou! Corpo pleno no gozo simples da entrega. Respiração intensa no sentir tudo. Chora e ri. Brinca e briga. Dá piruetas e não se entrega ao sistema.

Sua ironia é uma crítica profunda a loucura deste mundo cada vez mais inumano. O Palhaço cria , inventa, celebra. Dá a mão no compartilhar e aceitar a singularidade de cada um. Respeita e acolhe. Chora junto. Ri junto. Braços abertos. Redenção.

Robô é máquina, apertador de parafusos. Ação sem pensar. Pura repetição. Xérox. Poder e competição. Não está nem aí para os outros. Outros são coisas a serem usados e explorados. Vaidade e orgulho. Imagem da aparência. Coração de lata. Diz amém sem saber o porque e para que. Excessos e compulsão. Nem arte, nem cosmos. Era do vazio. Desejo. Falta. Hiperconsumismo. Imitação. Frustração. Tensão.

Lembro-me de meu avô que me perguntou quando ainda tinha 4 anos, lá no seu quintal;- Você quer ser couve ou alface? Provei os dois. A couve era amarga e a alface doce.

Então ele me disse que eu escolhi naquele instante ser Palhaço. Ri muito e até hoje não deixo me esquecer o que sou: Um palhaço com roupa de alface repolhuda bem verde.

Quando esqueço disso, e me vejo Robô, dou piruetas, leio Osho, permito os sabáticos, leio os epicuristas, encontro novamente como eles: a simplicidade, os amigos e o conhecimento. Pego os pincéis, olho as obras de Dali e danço sob o luar.

Afinal, meu palhaço adormecido quer despertar e brincar a vida.

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