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Um bom papo


Rosângela Rossi
Psicoterapeuta e Filósofa Clínica
Juiz de Fora/MG


Ter tempo para conversar fiado com gente nova sempre é muito bom. Aprendemos e trocamos experiências que nos enriquece e nos ajuda a desconstruir agendamentos rígidos. A nos abrir ao novo e inesperado.

Um bom papo, sem pressa, no escutar apenas, nos enche a alma de alegria. Os “causos” nos fazem rir. Rir com o corpo inteiro. Sem teorias e dogmas vamos apreendendo coisas simples do dia a dia do povo e dos outros.

Um bom papo com gente diferente da gente abre espaços para ver além daquilo que cremos. As crenças, muitas vezes, nos escravizam e fecham as portas das possibilidades de conhecer e experimentar a vida.

Ouvi hoje uma historinha deliciosa. Coisa de baiano! Axé! Paulinho pediu aos pedreiros para trabalhar sábado e domingo e que pagaria mais para colocarem o portão. Os pedreiros pensaram e responderam: - Ah, a gente não quer trabalhar mais, e deixar, nosso futebol e nossa cervejinha na praia. Não vai fazer diferença o dinheiro a mais! Nossa! Que lição!

Um bom papo nos coloca de quatro e na contra mão. Caem as barreiras das certezas. Que é certo e errado? Que é bonito ou feio? O que é bom ou ruim? Tudo é relativo e mutável. Parmênides que me perdoe com seu é, fico mais com Heráclito com seu vir-a-ser.

Ser ou não ser? Importa isso? Viver apenas basta! Sem regras e padrões. Deixa a vida me levar, leva eu... Não importa se Sheskpeare ou Pagodinho, o bom mesmo é um papo legal.

Um bom papo é aquele que faz a gente feliz. Faz-se pensar ou não, pouco importa. Se for verdade ou mentira pouco importa. Bom é a gente brincar e se deixar navegar pelo universo do outro apenas compartilhar. Afina, a alma se faz na relação com o outro.

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