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Do imbecil diário

Idalina Krause
Filósofa Clínica
Porto Alegre/RS


Em volta da mesa para uma reunião formal, basta ceder mais espaço-tempo para que caia o véu do encobrimento. O ar pesa, poeira ganha densidade entre papéis farelados de torpes manuseios. A "santa" surge, "reta", "pura", kantiana em seus universais legais. Forma tentacular que com dedos ágeis puxam brasas para seu assado.

Retórica mínima, ultrapassada pelo imbecil diário de uma vidinha sem graça. Dejetos pululam entre "pensares" categóricos que buscam um fim proveitoso. Uma pequena arquitetura pobre de um jogo de damas: "preciso comer tuas pedras!!". "Se possível fico com o tabuleiro"...

Papiza de venerações próprias e um mínimo clero, dada a pequenos desatinos quando não pode conter sua maldade. Espuma pelos cantos da boca, bílis fabricada em um corpo deformado pela falta de paixão.

Dores dilaceram este espírito que se trai na vagância dos dias. Mais uma ilusão de vitória recheada de sacanagem, do que não se ousa dizer nem admitir. Ações escondidas, veladas, pintadas com horríveis tintas deformantes de um rosto que aparece mas não é seu.

E acredita piamante que a vida seja essa mixórdia que construiu para si, onde o coro sem olhos deve dizer amém!

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