A diferença em se saber que nada dura para sempre.
Ana Cristina da Conceição
Filósofa Clínica
Porto Alegre/RS
Tudo que é bom tem sua duração exata,
Tem de se acabar no prazo certo
Se quisermos que perdure para sempre.
Jorge Amado
Houve um tempo em que a cristalização do pensamento engessava as convivências sociais. O reflexo desse comportamento aparecia, muitas vezes, na forma de traição, somatização, profissionais frustrados, vidas monótonas, hipocrisias.
As revoluções ao longo da história trouxeram mais que desenvolvimento tecnológico e novos mercados. Algumas sociedades, com seus princípios de verdade voltados para uma crença de início, meio e fim perderam sua força.
O que parecia ser indissolúvel, rígido e permanente, se mostrou frágil e propenso a mudanças. O para sempre perdeu o sentido num mundo mutante.
Ganhou-se a liberdade de transitar em aquários existenciais próprios ou alheios. Descobrir mais sobre cada um e os outros. Perceber que o fim pode ser o ensaio de um início, e o meio o tempo de experimentações.
As crises pessoais vivenciadas nessa trajetória se oferecem como um guia para possíveis autogenias favorecendo o potencial criador do sujeito envolvido nesse processo. A clínica de qualidade, nestes casos, pode ser uma aliada importante. Significar qualidade de vida.
A suposta falta de resposta pode motivar a estrutura a se reinventar. Criar, descobrir submodos, principalmente na companhia de seu terapeuta. Momentos únicos de encontros e reencontros consigo mesmo.
A culpa perdeu sua força para as possibilidades. É tranqüilizante perceber que as lágrimas de hoje não serão de desespero por se ouvir a mesma canção, mas pelas experiências dos novos ritmos.
A saída desse labirinto pode sinalizar um caminho distante ou mesmo oposto ao passado que ficou. Valores, pré juízos e convívios podem ficar para trás. A reinvenção das buscas pode surgir.
O que se pensa a seu respeito pode se tornar um trampolim impulsionando papeis existenciais e uma nova concepção de mundo. Buscar uma interseção melhor em uma vida mais expressiva, mais próxima de cada um.
As alegrias também passam. Nenhum estado de espírito é constante. A descoberta do valor e o significado desses momentos fortificam e podem determinar os ritmos e a direção da caminhada.
Mesmo as interseções consideradas inabaláveis mudam. Fortificam-se pelas convivências. Enfraquecem ou rompem onde não mais fazem sentido. Reinventam-se pela força que as une.
Nada dura para sempre. Nem as amarras, nem as alegrias, nem as tristezas. Respeitando o tempo subjetivo o roteiro redigido ao longo do caminho pode ser submetido a rasuras, troca de parágrafos, inclusão de novas idéias contribuindo para um final inesperado.
Ana Cristina da Conceição
Filósofa Clínica
Porto Alegre/RS
Tudo que é bom tem sua duração exata,
Tem de se acabar no prazo certo
Se quisermos que perdure para sempre.
Jorge Amado
Houve um tempo em que a cristalização do pensamento engessava as convivências sociais. O reflexo desse comportamento aparecia, muitas vezes, na forma de traição, somatização, profissionais frustrados, vidas monótonas, hipocrisias.
As revoluções ao longo da história trouxeram mais que desenvolvimento tecnológico e novos mercados. Algumas sociedades, com seus princípios de verdade voltados para uma crença de início, meio e fim perderam sua força.
O que parecia ser indissolúvel, rígido e permanente, se mostrou frágil e propenso a mudanças. O para sempre perdeu o sentido num mundo mutante.
Ganhou-se a liberdade de transitar em aquários existenciais próprios ou alheios. Descobrir mais sobre cada um e os outros. Perceber que o fim pode ser o ensaio de um início, e o meio o tempo de experimentações.
As crises pessoais vivenciadas nessa trajetória se oferecem como um guia para possíveis autogenias favorecendo o potencial criador do sujeito envolvido nesse processo. A clínica de qualidade, nestes casos, pode ser uma aliada importante. Significar qualidade de vida.
A suposta falta de resposta pode motivar a estrutura a se reinventar. Criar, descobrir submodos, principalmente na companhia de seu terapeuta. Momentos únicos de encontros e reencontros consigo mesmo.
A culpa perdeu sua força para as possibilidades. É tranqüilizante perceber que as lágrimas de hoje não serão de desespero por se ouvir a mesma canção, mas pelas experiências dos novos ritmos.
A saída desse labirinto pode sinalizar um caminho distante ou mesmo oposto ao passado que ficou. Valores, pré juízos e convívios podem ficar para trás. A reinvenção das buscas pode surgir.
O que se pensa a seu respeito pode se tornar um trampolim impulsionando papeis existenciais e uma nova concepção de mundo. Buscar uma interseção melhor em uma vida mais expressiva, mais próxima de cada um.
As alegrias também passam. Nenhum estado de espírito é constante. A descoberta do valor e o significado desses momentos fortificam e podem determinar os ritmos e a direção da caminhada.
Mesmo as interseções consideradas inabaláveis mudam. Fortificam-se pelas convivências. Enfraquecem ou rompem onde não mais fazem sentido. Reinventam-se pela força que as une.
Nada dura para sempre. Nem as amarras, nem as alegrias, nem as tristezas. Respeitando o tempo subjetivo o roteiro redigido ao longo do caminho pode ser submetido a rasuras, troca de parágrafos, inclusão de novas idéias contribuindo para um final inesperado.
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