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Mostrando postagens de fevereiro, 2011
Mar Idalina Krause Filósofa Clínica Porto Alegre/RS Ó mar! Misteriosas águas O tempero de tuas ondas Fazem pensar em delícias Vazão de sensações Repuxo, volúpia aquosa Mergulhos quentes Ó mar! Tão enigmático Como eu mesma Um ser de enseadas E gigantescas ondas Nossas ressacas Invadindo praias Marolas surfadas Véus ilusórios Batidas em pedras Rochas acariciadas Mar morto Oceano Pacífico Ó quantas gotas cabem em ti? Quanta sujeira depositaram em nós! Extrema-unção dos enfermiços Desconcertantes bailados Que nos mantém indo e vindo Ao sabor da marés
Fragmentos filosóficos delirantes XXV* "Ao olhar delirante a realidade se reapresenta como um espetáculo sempre novo. Incontáveis dialetos ultrapassam as fronteiras do verso bem alinhado. Parece querer dizer algo mais, nos simulacros de ser indizível." "Fenômeno complexo e de difícil entendimento, se distanciado das representações de cada um. A estrutura delirante, ao surgir camuflada, insinua poéticas de refúgio." "A pluralidade subjetiva internada em uma só pessoa aprecia o caos para ensaiar releituras existenciais." "O Filósofo Clínico, ao acessar, com autorização da pessoa, a vastidão de sua subjetividade, vivencia discursos e verdades muito íntimas. Entremeios das múltiplas mensagens as estranhas arquiteturas incompletam segredos, enquanto aguardam a interseção capaz de desvendá-los." "O sujeito refugiado em si mesmo depara-se com novos aliados para tentar algum sentido às mirabolantes contradições. Na reclusão dos delírios, e
Fragmentos filosóficos delirantes XXIV* moinho de versos movido a vento em noites de boemia vai vir o dia quando tudo que eu diga seja poesia __________________________________ o barro toma a forma que você quiser você nem sabe estar fazendo apenas o que o barro quer __________________________________ tudo em mim anda a mil tudo assim tudo por um fio tudo feito tudo estivesse no cio tudo pisando macio tudo psiu tudo em minha volta anda às tontas como se as coisas fossem todas afinal de contas _____________________________________ isso de querer ser exatamente aquilo que a gente é ainda vai nos levar além _____________________________________ no fundo, no fundo, bem lá no fundo, a gente gostaria de ver nosso problemas resolvidos por decreto a partir desta data, aquela mágoa sem remédio é considerada nula e sobre ela -- silêncio perpétuo extinto por lei todo o remorso, maldito seja quem olhar pra trás, lá pra trás não há nada,
O que acha de si mesmo Marcelo Osório Costa Filósofo Clínico Belo Horizonte/MG Suponha que uma pessoa diz o seguinte: “Eu sou uma pessoa muito curiosa, me sinto inferior, não me valorizo nos momentos que são necessários me valorizar... É como se eu me perdesse com as pessoas. Sou uma pessoa que tenho vergonha de meu corpo, e quando eu fico assim nem a minha voz sai de minha boca. Mas, mesmo assim eu sou muito feliz”. Este relato preenche o Tópico nº 2 da Estrutura de Pensamento (EP), em Filosofia Clínica, que também denominado de T2. Este tópico traz aquilo que o partilhante expressa dele mesmo. O T1 (Como o Mundo Parece Fenomenologicamente) apresenta informações acerca do mundo externo à pessoa, já o T2 (O que acha de si mesmo) descreve dados sobre aspectos internos do partilhante. No momento que a pessoa expressa algo a respeito de si mesma o filósofo clínico terá indícios sobre informações referentes ao T2. A pessoa ao falar dela mesma expressa o que vai à sua Estrutura
Eremitas urbanos Sandra Veroneze Filósofa Clínica Porto Alegre/RS Vira e mexe soa um sinal dentro de mim. É o toque de recolher. Uma força muito grande, intuitiva, toma conta da minha consciência, do meu coração. Só há uma coisa a ser feita: ir para o deserto. O deserto pode ser meu quarto, um banco de praça, a mesa de um café, uma estradinha de terra em meio ao mato de acácia ou eucalipto. Pode ser também um parque no final de tarde, a areia da praia cedo de manhã, ou então o aconchego de uma pousada na serra. O deserto pode ocupar minutos, horas, ou até dias do meu tempo. Nele as outras pessoas inexistem. Fico sozinha, mesmo com gente por perto. Mato toda saudade de mim e a única interação permitida é com meus livros, com minhas canções preferidas e com ele, o silêncio... Nem todos entendem. Alguns chegam a ficar chateados se não atendo ao telefone, se não respondo e-mail, ou se não conecto o msn. Nessas ocasiões, por breves momentos, chego a pensar que, como diria o fil
O discurso do rei Rosângela Rossi Psicoterapeuta e Filósofa Clínica Juiz de Fora/MG "No trabalho psicoterápico, o segredo do polichinelo é que, por mais que suspendamos diplomas em nossas salas de espera, somos todos leigos e aventureiros. Não sei se existem cursos ou estágios que ensinem a ouvir o que Longue ouve e entende do desejo escondido do duque de York". Escreveu Contardo Calligaris. O filme "O discurso do Rei" é um verdadeiro tratado terapêutico, que me fez pensar muito sobre o ser terapeuta no exercício de escutar e fazer refletir no encontro com o outro. Mais que técnica o encontro terapêutico se faz no compartilhar amoroso. De um lado chega aquele que se propõe a transformação e do outro um coração aberto em compaixão disposto a caminhar ao lado. O terapeuta que pensa tudo saber está com ego inflado na ilusão de um poder saber que na realidade é uma máscara para esconder sua fragilidade e insegurança. O terapeuta vai aprendendo com o Outro
Anotações sobre a estética das travessias* “Uma pessoa que, há semanas, me repetia sempre as mesmas coisas, executa algo na cena da análise que transforma todas as suas coordenadas, suas referências e engendra novas linhas de possível.” Felix Guattari Existe uma região de face indeterminada, mutante e de aparente sem nexo, por onde transitam eventos de epistemologia desajustada. Sua agitação refere moldes sem sentido. Muitas vezes, sequer tem oportunidade de se estabelecer como algo traduzível, enquanto sobrevoa hipóteses. Uma ação assim descrita se assemelha a um compêndio das ventanias. Esses conteúdos de alma nova apreciam o instante caótico para insinuar derivações. Seu existir fugaz surge na intimidade com os rascunhos do exagero. Os enunciados de aspecto delirante protegem outras razões. Espécie clandestina a transgredir limites, parece sem direcionamento para compartilhar a nova configuração estrutural. Seu viés de associação marginal possui dificuldade em conversar
Fragmentos filosóficos delirantes XXIII* Ninguém sonha duas vezes o mesmo sonho Ninguém se banha duas vezes no mesmo rio Nem ama duas vezes a mesma mulher. Deus de onde tudo deriva E a circulação e o movimento infinito. Ainda não estamos habituados com o mundo Nascer é muito comprido. Adivinho nos planos da consciência dois arcanjos lutando com esferas e pensamentos mundo de planetas em fogo vertigem desequilíbrio de forças, matéria em convulsão ardendo pra se definir. Ó alma que não conhece todas as suas possibilidades, o mundo ainda é pequeno pra te encher. Abala as colunas da realidade, desperta os ritmos que estão dormindo. À guerra! Olha os arcanjos se esfacelando! ____________________________ Transformar-se ou não, eis o problema. Durar na zona limite da memória, Nos limbos da vontade, Ou submeter a pedra, cumprir o ofício rude, Aprender do lavrador e do soldado. Qual a forma do poeta? Qual seu rito? Qual sua arquitetura? Mudo, entre capitéis e c
Fragmentos filosóficos delirantes XXII* A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa. Quando se vê, já são seis horas! Quando se vê, já é sexta-feira! Quando se vê, já é natal... Quando se vê, já terminou o ano... Quando se vê perdemos o amor da nossa vida. Quando se vê passaram 50 anos! Agora é tarde demais para ser reprovado... Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio. Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas... Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo... E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo. Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz. A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará. ____________________ Os poemas são pássaros que chegam não se sabe de onde e pousam no livro que lês. Quando fechas o livro, eles alçam vôo como de um alçapão. Eles não têm pouso nem por
Jairo, o homem conceitual Lúcio Packter Pensador da Filosofia Clínica A cada consulta Jairo retornava ao assunto com novo ânimo. Parecia que das vezes anteriores algo fora dito a mais, algo deixara de ser dito, alguma coisa agora pedia reparo. Para ele, muitos homens formulam idéias, armam planos, projetam caminhos com a mente que funciona semelhante a uma fundição de minério de ferro. Cadinho, rampas e cubas, temperaturas alta, peso. Gente que tem na cabeça coisas como calcinações do carvão mineral, coque metalúrgico. Abstrações de cutelaria, cultura que avança pelo corte do aço, batidas repetidas, marretadas de prensas mecânicas. Aço forjado em martelos-pilões. Máquinas de esmerilar. E mais temperaturas altas, acima de mil graus. Enquanto a mente e a vida de gente como Jairo são esquadrinhadas por desenhos sem esquadros, por formas sem peso, densidade zero, várias combinações possíveis, calor e frio juntos, raiz quadrada negativa de um limão, e nada é tanto que necessite fa
Muitos passos em falso são dados ficando-se parado* Ildo Meyer Médico e Filósofo Clínico Porto Alegre Depois que os seres humanos conseguiram ficar eretos e andar sobre duas pernas, o mundo passou a ser visto de outra forma. No inicio, em sinal de respeito, os homens curvavam-se somente para os Deuses, que os protegiam. Mais tarde passaram a se curvar também para tiranos, que se julgando semi-deuses, impunham o respeito e a veneração pela força. O tempo foi passando e novas alterações posturais surgiram. Músculos, ossos, articulações tiveram que se adaptar à evolução do intelecto. Os homens inventaram a cadeira e então sentaram. Depois veio a roda e passaram a andar sentados. Confortavelmente em uma poltrona, hoje pode-se voar, conversar via internet e até mesmo governar. O homem busca constantemente seu bem estar e uma melhor qualidade de vida. O habitat humano, sendo essencialmente social, vai exigir relacionamentos, que podem variar da completa rigidez à total flexibilida
Eu amo spam Sandra Veroneze Filósofa Clínica Porto Alegre/RS Minha relação com a internet é íntima, constante, fiel. Não passo muito tempo sem trocar e-mails, pesquisar sites e conversar através do MSN. Existem informações, inclusive, que prefiro acessar na tela de um computador, bem distante da papelada que se acumula pelas prateleiras e da tinta que mancha os meus dedos e as portas de casa. Posso dizer com garantia que sou quase viciada na rede mundial de computadores, não fosse um pequeno detalhe: quem é viciado deixa de curtir os amigos, dançar, praticar esporte, namorar e outras atividades, pra ficar navegando por horas e horas. E eu, definitivamente, não dispenso um belo passeio, um chimarrão no parque, ou uma sessão de cinema, pra ficar em frente à tela do Sam (é o nome carinhoso do monitor do meu micro). O mundo eletrônico é repleto de maravilhas. O tráfego de informações e produção de conhecimento que ele proporciona eram inimagináveis até alguns anos atrás. Que outr
Existências que se tocam Luana Tavares Filósofa Clínica Niterói/RJ Há pessoas que não conseguem ser esquecidas. Por mais que se esforcem não conseguem. São como diamantes raros, belos e multifacetados que concentram em si o sentido da eternidade na qual interferem e transferem ao outro o dom de possuir algo que não deveria nunca ser explicado. Há pessoas que seduzem e impregnam o outro como se fluidos fossem, sem permissão, deixando muitas vezes um legado que se aproxima da perplexidade. Há pessoas que conferem autonomia, poder, reconhecimento pela simples ação da existência, traduzidas pela palavra que se insinua, pela fugaz troca de olhar, pelos sentires intensos. Pessoas assim existem e isso basta! Não há como explicar. E para que explicar o que não se entende? Para que entender o que não se explica? Para que formalizar o que o coração não suporta? Essas pessoas que por serem tão vastas, permanecem um mistério, onde o amor e a admiração muitas vezes se confundem
Cativar Beto Colombo Filósofo Clínico Criciúma/SC O Príncipe encontrou-se com um bichinho em um distante mundo, bichinho esse que ele nunca havia encontrado antes, uma raposa. A raposa lhe disse: - Você quer me cativar? - O que é isso? – Perguntou o menino. - Cativar é assim. – Disse a raposa: - Eu me assento aqui, você se assenta lá, bem longe. Amanhã a gente se assenta mais perto e assim aos poucos, cada vez mais perto... O tempo passou, o Principezinho cativou a raposa e chegou a hora de partir. - Eu vou chorar. – Disse a raposa. - Não é minha culpa. – Desculpou-se a criança. – Eu lhe disse, eu não queria cativá-lo. Não valeu a pena, você percebe? Agora você vai chorar! - Valeu a pena sim. – Respondeu a raposa – Quer saber por quê? Sou uma raposa, não como trigo, só como galinha. O trigo não significa absolutamente nada para mim, mas você me cativou. Seu cabelo é louro e agora, na sua ausência, quando o vento fizer balançar o campo de trigo eu ficarei feliz pens
Fragmentos filosóficos delirantes XXI* "O estilo é o modo de formar, pessoal, irrepetível, característico; a marca reconhecível que a pessoa deixa de si na obra; e coincide com o modo como a obra é formada. A pessoa forma-se, portanto, na obra: compreender a obra é possuir a pessoa do criador feita objeto físico." "Para aquém da ciência está a atitude do primitivo, para quem as distinções não existem e o mundo é um 'continuum' de eventos associados de forma mágica." "(...) na experiência da beleza a alma humana tem a sensação daquilo que a supera, o apelo tangível do além, e na melancolia que sobrevém o testemunho de uma natureza exilada no imperfeito, aspirando ao infinito apenas revelado." "(...) enquanto o alegorismo clássico apresentava para cada figura um referente absolutamente preciso, o simbolismo é simbolismo 'aberto', justamente porque quer ser, antes do mais, comunicação do indefinido ou do ambíguo, do polivalente.&q
Fragmentos filosóficos delirantes XX* "Não há linha reta, nem nas coisas nem na linguagem. A sintaxe é o conjunto dos desvios necessários criados a cada vez para revelar a vida nas coisas." "A saúde como literatura, como escrita, consiste em inventar um povo que falta." "Nesse sentido as coisas são mais perigosas que os seres humanos: eu não as percebo sem que elas me percebam; toda percepção como tal é percepção de percepção." "É como se alguns caminhos virtuais se colassem ao caminho real, que assim recebe deles novos traçados, novas trajetórias. Um mapa de virtualidades, traçado pela arte, se superpõe ao mapa real cujos percursos ela transforma." "Félix Guattari definiu bem, a esse respeito, uma esquizoanálise que se opõe à psicanálise: 'Os lapsos, os atos falhos, os sintomas são como pássaros que batem com o bico na janela. Não se trata de interpretá-los. Trata-se antes de detectar sua trajetória para ver se podem servir de
Saudações! Trago em nome do EMCANTAR boas notícias quanto ao nosso projeto, Palavras que Brincam, que já começou a ser executado em Uberlândia propagando música e literatura nas escolas. Fomos calorosamente recebidos pelas instituições durante as apresentações e pretendemos publicar em nosso site todos os principais acontecimentos relativos às atividades. Por isso, a cada atualização, notificaremos todos por este grupo de e-mails para que possam acompanhar também. Por enquanto, duas notícias já estão no ar. Confiram: Projeto "Palavras que Brincam" é apresentado nas escolas Música e literatura na escola é a base da iniciativa, que se consolidou como Ponto de Cultura. Para ler: http://emcantar.org Começam as oficinas do "Palavras que Brincam" Bate-papo, dinâmicas e reflexões alimentaram as expectativas para o projeto em 2011. Para ler: http://emcantar.org Outras informações tanto sobre o Palavras que Brincam como também sobre outros projetos do EMCANTA
Vida Poesia – Inspiração Rosângela Rossi Psicoterapeuta e Filósofa Clínica Juiz de Fora/MG Nossa! Fiquei emocionada com o texto de José Castelo, no Prosa & Verso do jornal 'O Globo': O poeta do nada. Respirei fundo ao ler: “O poema é mensagem que o poeta envia a si mesmo a respeito de algo que desconhece. Ele lacra em um envelope- o poema. Quando chega ao leitor, a mensagem também continua indecifrável; por mais que tente, ele não consegue abri-la. Tudo o que lhe resta são palavras. Ler um poema é tentar rasgar um envelope inviolável. Os poemas escrevem no escuro, mas alguns, além disso, escrevem de olhos vendados. Lacrados em si mesmos, recusam-se a ver. A escrita se torna, então, a luta para inventar um sexto sentido, que substitua a visão mutilada. Eis o que chamam de poesia” Meu lado muitas vezes poeta, então, desliza: O desconhecido em mim, São os gritos da alma Ou da sombra, que Esperam ser ouvidos do outro lado, Nas outras sombras e nas outras alma
Remédios existenciais Marcelo Osório Costa Filósofo Clínico Belo Horizonte/MG Presenciamos quase todos instantes dores existenciais nas pessoas. Essas dores têm diversas causas, formas de manifestar e maneiras de resolvê-las. Mas, o que é uma dor existencial? Ela é diferente de uma dor física que pode ser sentida nos próprios órgãos físicos humanos como, por exemplo, uma dor de cabeça, de estômago, uma dor na ponta do pé, etc. Ela também é diferente de uma dor psicológica como uma depressão, uma neurose, uma psicose, etc. Uma dor existencial, como próprio nome diz, faz parte da existência das pessoas, ou seja, ela pode ter como causa fatores advindos de algo físico, psicológico, social, econômico, familiar, etc. Uma pessoa que está infeliz em seu casamento trazendo um vazio existencial porque não tem mais sentido estar com a pessoa ao lado e tem como busca a separação; uma dor de cabeça que não se sabe a causa e após tomar alguns medicamentos não teve a solução esperada e pod
Interconexões e universos particulares Sandra Veroneze Filósofa Clínica Porto Alegre/RS Cada pessoa é um universo em particular, com seu conjunto de qualidades, defeitos, talentos, manias, perspectivas, sonhos. Quando conhecemos alguém, temos em nossa frente o ‘produto acabado’ de suas escolhas do passado, e que portanto podem torná-la, em nossa vida, de fato um ‘presente’ ou um grande transtorno, até mesmo algo indiferente ou então apropriado somente para momentos muito específicos. Algumas pessoas parecem viver no futuro. Estão o tempo todo planejando, organizando novas ações, investimentos, atividades, geralmente se resguardando para uma vida melhor lá na frente. Outras vivem intensamente o presente, o aqui e agora, porque não sabem como será o amanhã e portanto o que importa é aproveitar enquanto há tempo. Outras pessoas, ainda, vivem no passado. Revivem com frequencia, em suas lembranças, fatos felizes de outra fase da vida. Às vezes, nem tão felizes. O fato é que os anos
Estrutura de Pensamento Miguel Angelo Caruzo Filósofo Clínico Teresópolis-RJ Aproximando-se do primeiro ano desde o início dos estudos em Filosofia Clínica, posso afirmar que não sou mais o mesmo. A AUTOGENIA produzida ao longo desses meses em minha ESTRUTURA DE PENSAMENTO marcou profundamente o modo como O MUNDO ME PARECE. O que ACHO DE MIM MESMO foi mais esclarecido, e acabei adquirindo um autoconhecimento maior. Minha INTERSEÇÃO com as pessoas passou a ser melhor. Os PRINCÍPIOS DE VERDADE que carregava, e carrego, dentro de mim, não foi mais empecilho para aceitar ou pelo menos procurar entender os PRÉ-JUIZOS das pessoas com as quais me relaciono. Passei a compreender as pessoas mais voltadas para o SENSORIAL e passei a não mais cobrar o aspecto ABSTRATO de quem não as tem como características pessoais determinantes. Aceitei mais as EMOÇÕES em seus vários modos de SEMIOSE, por compreender que nem todas as pessoas funcionam baseadas na EPISTEMOLOGIA. Pude ver que pessoa
Fragmentos filosóficos delirantes XIX* "Engano pensar que a arte afaga:/ ela me puxa pelos cabelos,/ me lança no olho/ da ventania." "Se me quiseres amar,/ terá de ser hoje:/ amanhã estarei mudada." "Não sou áspera nem amena:/ estou na vida como o jardineiro/ se entrega em cada rosa:/ corte, sangue, dor e aroma,/ para que a beleza fique na memória/ quando a flor passa." "Opto pela loucura, com um grão/ de realidade:/ meu ímpeto explode o ponto,/ arqueia a linha, traça contornos/ para os romper." "Não se enganem comigo:/ se digo sul pode ser norte,/ chego mas fico ausente,/ o triste é também o belo,/ procuro o que não se perde/ nem se pode encontrar." * Lya Luft
Fragmentos filosóficos delirantes XVIII* "Quanto maior o pintor, mais nos faz trabalhar. A obra que ele nos propõe sugere mais do que especifica. Desafia nossa visão, obriga-nos a completar os traços, a preencher cores. Está aberta; muda enquanto estamos olhando." "O indefinível era melhor do que o específico, ainda que exótico. Buñel, além disso, sonhava em introduzir sorrateiramente algumas informações falsas em todos os seus filmes, como que para minar e desviar ligeiramente o rumo da história e da geografia; a verdade fiel o aborrecia tanto quanto um espartilho apertado." "Por ter muito para ver, nossos olhos, com freqüência, não conseguem ver mais coisa alguma." "O autor é duplo, triplo, às vezes múltiplo. Em vez de separar e compartimentalizar, está fundindo diferentes níveis. Ele é ao mesmo tempo consciência e inconsciência, determinação e aleatoriedade. Ele é um movimento incessante, que pode até parecer anormal e gratuito, é uma busca
Quer tomar um café comigo? Rosângela Rossi Filósofa Clínica e Psicoterapeuta Juiz de Fora/JF Lá fora o sol se põe pintando o céu de múltiplos matizes róseos lilázes. Nenhuma nuvem aparece, pois os ventos a levaram para as montanhas. O momento convida a quietude. Pausa para o cafezinho da tarde. Neste momento sublime gostaria de ter muitos comigo. Entre eles você que compartilha desta mesma viagem pelos livros, filmes, meditações, poesia e sobretudo do amor pelo humano. Então, quer tomar café comigo e ler os poemas de Fernando Pessoa? Quer assistir o filme vietinamita " O cheiro do papaia verde", de Tran Anh Hung? Admirar as obras de Botticelli , " O Nascimento da Vênus" ? Ou simplesmente sentar no jardim e admirar o entardecer em silêncio, sentido a poesia deste momento e o cheiro bom do café que preenche o ar de carinho? Deixamos passar os bons momentos, pois a agitação dos 'tem que' deste mundo superconsumista vai deixando de lado o que
Bem-vindo, Kairós Sandra Veroneze Filósofa Clínica Porto Alegre/RS De todos os deuses, há um que desperta em mim uma curiosidade especial. É Kairós, o deus da oportunidade. Ele tem asas nos pés e cabelo longo somente na parte frontal da cabeça. A mensagem, embora simbólica, é muito objetiva: se você quiser agarrar uma oportunidade, que seja de frente, porque a chance pode ser única, rápida e rara. Quando pensamos em oportunidade, a tendência é buscarmos na lembrança ou nas expectativas algo de grandes proporções. Entendemos como oportunidade algo gigante, capaz de empreender extraordinárias mudanças na nossa vida. É uma super promoção em se tratando de trabalho, é um grande amor em se tratando de vida afetiva. Outra tendência é imaginarmos que oportunidade é um presente que nos é dado pelo destino, independente de nossas ações. Algo que vem de fora, como se fôssemos sorteados pela grande roda da vida para recebermos aquele benefício. Particularmente, sou um tanto cética qua
Programação do cineclubeuai para fevereiro de 2011: Macunaíma - dia 06 de fevereiro 1969/ RJ / Ficção / 105 min Direção:Joaquim Andrade Barravento - dia 13 de fevereiro 1961/ BA / Ficção / 80 min Direção:Glauber Rocha Deus e o Diabo na terra do sol - dia 20 de fevereiro 1964 / RJ / Ficção / 125 min Direção:Glauber Rocha Duas aldeias, um caminho - dia 27 de fevereiro 2008 / Guarani-Mbya / 63 min Direção:Germano Beñites; A. Ortega; J. Morinico Mariana Fernandes Filósofa Clínica e Coordenadora São Tiago/MG
Como encontrar o verdadeiro amor Ildo Meyer Médico e Filósofo Clínico Porto Alegre/RS Era uma vez uma jovem empresária que queria alcançar o sucesso. Trabalhava duro, não tinha tempo para perder. Participava de cursos, fazia parte de diretorias, precisava ler muitos livros, prestar atenção nos concorrentes, olhar os lançamentos. Um belo dia se deu conta de que na ânsia de atingir o sucesso, deixou para trás o amor. Aquele amor que assistia nos filmes e novelas, em que casais depois de vários impedimentos conseguem ficar juntos e felizes para sempre. Aquele amor que faz escutar musica melosa, esperar uma mensagem pelo celular, percorrer vários quilômetros, ficar madrugadas acordada... Já havia passado por vários relacionamentos, até mesmo dois casamentos e nunca sentira nada que chegasse perto do que imaginava ser um amor com "A" maíusculo. Uma frase lida em um almanaque havia marcado sua memória. “O amor verdadeiro é como um fantasma. Todos falam dele, mas poucos

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