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Fragmentos filosoficos delirantes XLVI*


"Nada saber de Geografia
ignorando, assim, a semelhança
entre a ilha perdida no oceano
e o sozinho em meio à multidão."

"Não ter qualquer noção de Geometria,
de ângulos, triângulos, polígonos;
não entender de círculos e retas,
porque só é feliz quem nada sabe,
nem percebe que o Sonho e a Realidade
fazem jornada em ruas paralelas."


"A Vida é uma vitrina de tecidos.
A gente, por instantes,
fica de olhos perdidos
na beleza das telas deslumbrantes.

Depois, entra na loja e vai comprar.
Caixeirinha gentil, a Ilusão
vem vender ao balcão
e não se cansa de mostrar,
não se cansa
de exibir delicados,
rendilhados,
leves panos de Sonho e de Esperança.

As mãos tocam de leve
na leveza das telas.
Não vá o gesto, por mais breve,
esgarçar uma delas!
Todas tão lindas! Mas a que fascina
não está ali na grande confusão
das peças espalhadas no balcão.
E a gente diz,
num ar feliz:

Levo daquela rósea, muito fina,
exposta na vitrina.
Logo o Destino vem (da loja é o dono)
e fala sobranceiro, com entono:
É artigo raro.
Marca, padrão e cor: - Felicidade.
É um artigo de alta qualidade
o mais caro
de todos os tecidos.
São cortes especiais...e estão vendidos!
E a gente vai comprar do áspero pano
que se encontra na seção do Desengano."

*Graciette Salmon
Poetisa paranaense

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