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Mostrando postagens de julho, 2011
A DIFERENÇA ENTRE ENROLAR E RESOLVER Ildo Meyer Médico e Filósofo Clínico Porto Alegre/RS Estudo realizado na Universidade de Stanford (EUA) demonstrou que alunos de um professor péssimo, aprenderão em média, durante o ano, o equivalente a meio ano letivo da matéria. Por outro lado, alunos de um professor excelente, aprenderão durante este mesmo período, o equivalente a um ano e meio da matéria. Isto representa um ano de estudo a mais ou a menos para os estudantes. Para que este professor ruim alcançasse o mesmo progresso obtido pelo professor excelente, uma das providências seria a redução da turma de alunos pela metade. Em termos econômicos, é importante salientar que professores bons ou ruins custam quase a mesma coisa para a escola, ao passo que a redução de turmas pela metade implica construção de novas salas de aula e contratação do dobro de professores. Parece uma equação de fácil resolução
Ferimentos Idalina Krause Filósofa Clínica Porto Alegre-RS Sem porto seguro navego águas turbulentas encostas sacode corpo nú massageia espírito dolorido sopro quentes palavras borbulhantes poções aquecem entranhas inspiração possível criação metamorfoseante colo treme frenesi caixa possuída inquietação fantasma fantasias fome febres fendas frágil fidelidade filosofias fugidias fisionomias finos fazeres fios fachadas fora faiscado falso fascínio fomentado fosfóricamente fazendo ficar flores ferimentos
Caros amigos ! No dia 29 de julho, sexta-feira estarei participando do Festival de Inverno "Circuito Zero Grau," com a palestra "Caminhos Estéticos, 12+ 1. O trabalho pretende colocar em diálogo/confronto o pensamento de Deleuze e Guattari sobre a Arte, com os conceitos e trabalhos de 12 artistas,de várias áreas estéticas. Entre os artistas, em sua maioria, de Juiz de Fora, estão César Brandão, Walter Sebastião, Petrillo, Arnaldo Batista e mais 9???? Meu objetivo é apoiar e participar dessas atividades artísticas promovida por estes jovens que buscam oferecer a cidade alternativas culturais e possibilitam momentos de reflexão e diversão para um mundo melhor e feliz. Vá, leve um amigo e divulgue! Um forte e belo abraço, Neysa Campos Médica e Filósofa Clínica Juiz de Fora/MG
Super-heróis do cotidiano Sandra Veroneze Jornalista e Filósofa Clínica Porto Alegre-RS Se você só vê gente viva e já acha que está de bom tamanho; se o mais próximo que chegou de um gnomo ou fada foi através de desenhos animados; e se até considera viagem astral uma ideia bem bolada, mas prefere apreciá-la em relatos alheios, esta crônica é pra você. Pra você que, assim como eu, também é uma pessoa comum. Ou seja: nunca viu espírito, não tem o dom da clarividência, não faz ideia de como se hipnotiza alguém e também não consegue ir muito além do ascendente nas interpretações de mapa astral. Somos pessoas comuns, com nossas limitações, mas também com potencialidades e é sobre elas que quero falar. Muito embora não consigamos acessar esses níveis mais sutis da existência, nós, seres humanos comuns, também temos poderes. Super poderes, pra falar a verdade! Cito quatro, primordialmente: autoconhecimento, autogoverno, auto-superação e auto-esquecimento. Autoconhecimento é olhar co
Lugar das palavras Rosângela Rossi Filósofa Clínica e Psicoterapeuta Juiz de Fora/MG Falo na primeira pessoa, Do que sinto e penso. O mundo não é representação minha? Pode parecer um paradoxo: Gosto das palavras escritas, Amo a comunicação na rádio e na sala de aula, Porém, aprecio mais o silenciar. No ser terapeuta adoro escutar. Nos encontros preferiria apenas tocar. Tocar as mãos em comunhão. Olhar no profundo de cada olhar. Abraçar e sentir o coração pulsar. Aquietar e silenciar juntos Deixando apenas a alma se comunicar. Caminhar lado a lado sem nada dizer, Apenas sentir junto. Por que e para que falar? Descobri, que muitas vezes, falei por ansiedade, Quando na verdade queria calar. Hoje,permito-me ser eu mesma, No amar de dentro para fora, Sem palavras, com a alma tranquila Em festa, no simplesmente compartilhar. O lugar das palavras surgem mais potente, Quando, como agora, sozinha estou. Ou frente a um grupo de pessoas ávidas Em ensinar e
Rotina Beto Colombo Filósofo Clínico e Empresário Coordenador da Filosofia Clínica na UNESC Criciúma/SC Há pouco tempo, em nossa região, estávamos em um calor escaldante. Em Criciúma, a temperatura chegou a 40°C, realmente quente. Quem pode, de um jeito ou de outro, buscou se refrescar em nossas praias e lagoas, abundantes por aqui. Que bênção! Debaixo daquele sol todo, mesmo que por um instante, pensamos que em breve chegará o outono, depois o inverno e em seguida a primavera. Ainda que no tempo Kairós, da antiga Grécia, chegou o outono com suas cores, seus frutos e sua temperatura amena, agradabilíssima. Mesmo aqui, ainda que por um instante, pensamos no inverno, na primavera e no verão. Implacavelmente o inverno surge fazendo-nos sentir na pele seu frio. A gente se recolhe, se aproxima uns dos outros, as árvores param de crescer. Comidas quentes, roupas pesadas. Pode ser até na passant, encontramos uma fenda no tempo para pensar que em breve estaremos na primavera, no q
Fragmentos filosóficos delirantes LVI* "Na sua famosa obra 'As metamorfoses', Ovídio narra histórias onde homens, mulheres, deuses, animais, plantas, minerais, rios, lagos, estrelas, etc., mudam de sexo, gênero, natureza, espécie, forma, contudo sempre guardando algum sinal do estado anterior." "Entre um self fixo e imutável, por detrás das aparências, e uma plasticidade total, procuro captar o jogo da permanência e da mudança." "Uma das principais características das sociedades complexas - a coexistência de diferentes estilos de vida e visões de mundo." "Todas as noções de normalidade e desvio tem um caráter eminentemente instável e dinâmico." "O trânsito entre os diferentes mundos, planos e províncias é possível, justamente, graças à natureza simbólica da construção social da realidade." "(...)Quando se fala em ajustamento, sabemos quen é altamente problemático pensarmos tendo apenas um sistema como referência
Fragmentos filosóficos delirantes LV* "O mundo tem razão, sisudo pensa, E a turba tem um cérebro sublime! De que vale um poeta - um pobre louco Que leva os dias a sonhar - insano Amante de utopias e virtudes E, num tempo sem Deus, ainda crente ?" "A poesia é de certo uma loucura, Sêneca o disse, um homem de renome. É um defeito do cérebro...Que doudos! É um grande favor, é muita esmola Dizer-lhes bravo! à inspiração divina, E, quando tremem de miséria e fome, dar-lhes um leito no hospital dos loucos Quando é gelada a fronte sonhadora, Por que há de o vivo que despreza rimas Cansar os braços arrastando um morto, Ou pagar os salários do coveiro?" "Meu leito juvenil, da minha vida És a página d'oiro. Em teu asilo Eu sonho-me poeta, e sou ditoso, E a mente errante devaneia em mundos Que esmalta a fantasia! Oh! quantas vezes Do levante no sol entre odaliscas Momentos não passei que valem vidas! Quanta música ouvi que me encantava! Q
Algumas considerações sobre Espacialidade na Clínica Filosófica. Bruno Packter Filósofo Clínico Florianópolis-SC A Espacialidade refere-se à localização existencial da pessoa. Na Filosofia Clínica, nem sempre através do corpo encontraremos a pessoa. Não é documento de local, de onde a pessoa está. A localização existencial da pessoa muitas vezes é um ponto móvel, se desenha em movimento. Recíproca de Inversão na Filosofia Clínica é ir ao mundo existencial da outra pessoa. Ao mover para o mundo da outra pessoa levamos parte do nosso mundo conosco. Recíproca de Inversão diz respeito a muitos fenômenos ligados ao ir. Mas não está relacionado diretamente a um ato de bondade, de condescendência. A expressão “O mundo da outra pessoa é sempre o nosso próprio mundo, pois somente saberemos dele por nós mesmos” acarreta riscos se não for apreciada com profundidade. Ao ir ao mundo da outra pessoa, é razoável que tenhamos parte daquele mundo considerado por nós. Mas não há como reduzir
Pausa e Só Pausa Rosângela Rossi Psicoterapeuta e Filósofa Clínica Juiz de Fora-MG As pausas promovem a beleza da música e de nossa vida. Saber parar e nada fazer traz a serenidade tão desejada. Vida sábia de quem se rende ao fluir das acontecências. Celebrar com quietude os ventos e azuis. Sem competir, no apenas compartilhar, sentir. Nosso coração em compaixão meditar e doar. A grama cresce....a natureza floresce. Sem nada esperar, a apenas observar. O prazer é sentido nas mínimas coisas. Desapegar. Entregar-se ao amor e ao amar. Esvaziar. Como bambu oco, ser flauta, Por onde a música do cosmos toca. As pausas amansam e aquietam o coração. Para que tanto correr? Para chegar aonde tanta ansiedade? Que haja tempo livre para estar comigo e consigo. Que haja tempo sereno para simplesmente feliz ser. Que venham as angústias existenciais, Que fazem parte desta jornada aprendiz. Sem medo, com confiança a pausa traz a paz, Mesmo que na guerra, mesmo diante
Protocolos sociais Sandra Veroneze Filósofa Clínica Porto Alegre-RS Outro dia acompanhei um debate acalorado sobre as escolhas de duas pessoas, uma relacionada a afetividade e outra a imagem pública. Para fins didáticos, vamos considerar aqui personagens A e B, respectivamente. Nosso personagem A, feminino, havia saído de um relacionamento homossexual, disposto a encontrar agora o homem de sua vida. O sujeito, conforme as orientações da mãe da moça, deveria ser rico, de boa família, e disposto a dar a sua filha uma vida doméstica de conforto material, filhos saudáveis, viagens e muitos mimos, isentando-a dos dissabores e dificuldades de uma vida profissional. Nosso personagem B queria trocar o carro por um importado, terminar de pagar o apartamento em um dos melhores bairros da cidade, e assumir um ar mais charmoso, renovando o estilo a partir de suas roupas e corte de cabelo. Para isso, logicamente, contava com a possibilidade de um auxílio da família, especialmente da m
Fragmentos filosóficos delirantes LIV* "Já te despedes de mim, Hora. Teu golpe de asa é o meu açoite. Só: da boca o que faço agora.. Que faço do dia, da noite.. Sem paz, sem amor, sem teto, caminho pela vida afora. Tudo aquilo em que ponho afeto fica mais rico e me devora." " Respirar, invisível dom - poesia! Permutação entre o espaço infinito e o ser. Pura harmonia onde em ritmos me habito. Única onda, onde me assumo mar, sucessivamente transformado. De todos os possíveis mares - sumo. Espaço conquistado. Quantas dessas estâncias dos espaços estavam já em mim. E quanta brisa Como um filho em meus braços. Me reconhece, ar, nas tuas velhas lavras .. Outrora casca lisa, Céu e folhagem das minhas palavras." *Rainer Maria Rilke
Fragmentos filosóficos delirantes LIII* "Nos galhos secos de uma vida afora. Há certo convite lido num subtexto... Há dialeto enrugados de linguagens. Estágios de bichos, pedras, vegetais... Infância gaguejante na liberdade da língua. Há crianças! Poetas colorindo fábulas num tom de metamorfose. Há seres gramaticais que irrompem em certas madrugadeiras... e isso são homems de galhos secos vida afora!" "A fala tinge de branco o que a incerteza nos impõe: o silêncio!" "A solidão me madurou de borboleta... Estou apto. Já posso discursar com minhas paredes." "Fui interno durante longos dias... até que me encontrei." "Aos poucos os dias azuis e brancos... Ritimam entre os cinzas e negros (numa lentidão simbólica)... Assim nasce: o que invariavelmente chamamos de espera..." *José Carlos Djandre Rolim
Futilidade e Preconceito "Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é". Patrícia Rossi Advogada, Filósofa Clínica Juiz de Fora - MG Antes de começar essa reflexão, quero me ater a alguns conceitos. O primeiro deles é de futilidade, ser fútil, que segundo o dicionário, quer dizer: fú.til : adj (lat futile) 1 Leviano, frívolo. 2 Vão, inútil. 3 Que tem pouca ou nenhuma importância. Agora tenhamos o significado de individualidade: sf (individual+dade) 1 O que constitui o indivíduo. 2 Conjunto das qualidades que caracterizam um indivíduo. 3 Filos A parte imperecível e imortal do homem. Distingue-se da personalidade, que perece quando o homem abandona a existência física. É a partir desses dois conceitos que quero refletir. O que realmente é ser fútil? Essa palavra tem sido usada tanto ultimamente, como forma de preconceito e crítica a diversas pessoas, poder diversos comportamentos que são ou deixam de ser o padrão que a sociedade, leia-se, a "elite que se acha in
Mera Coincidência Beto Colombo Empresário Filósofo Clínico Coordenador da Filosofia Clínica na UNESC Criciúma-SC Aldous Huxley, em sua obra O Admirável Mundo Novo, livro da década de 30, narra um futuro no qual a sociedade é regida por castas e os males, os problemas, dúvidas, inseguranças, quem sabe depressão, stress, tristeza, euforia, hiperativismo seria controlado pelo consumo de uma droga sem efeitos colaterais aparentes, chamada de “soma”. Qualquer semelhança é mera coincidência. Profetizando os nossos tempos? Em meu artigo de hoje, desejo me ater somente numa parte do livro. Refiro-me a parte onde as crianças eram ensinadas a odiar as belezas da natureza porque as árvores, flores e paisagens nos dão prazer gratuito, e isso, o prazer gratuito, é muito ruim para a economia. Em contrapartida a isso, elas eram ensinadas a amar as coisas artificiais. Um exemplo? Vamos a ele: “É economicamente prejudicial ter prazer em remar num lago tranquilo”, argumentavam os defensore
COMER, ANDAR E SORRIR Ildo Meyer Médico e Filósofo Clínico Porto Alegre-RS Durante muito tempo cultivei a fantasia de que um dia, quando estivesse bem velhinho contaria o segredo de minha saúde e jovialidade. Resolvi antecipar a data por vários motivos. 1) Não sei se vou ser um velhinho saudável 2) Meus leitores não merecem ficar privados destes conhecimentos por mais 50 anos 3) Os conceitos mudaram 4) O segredo da existência não consiste apenas em viver bastante, mas em saber para que se vive e poder compartilhar. Comer a metade, andar o dobro e sorrir o triplo. Comer a metade – Magros vivem por mais tempo, são considerados mais saudáveis e formam o padrão atual de beleza. Na tentativa de emagrecer, pessoas ficam sem comer por longas horas. Isto não funciona. Jejum prolongado não emagrece, porque a partir de 8 horas sem alimentação, o corpo passa a poupar energia e não consome mais tantas calorias. Além disto, ao invés de utilizar gordura como fonte de energia, o corpo pas
O paradoxo da novidade. Jussara Hadadd Terapeuta sexual e Filósofa Clínica Juiz de Fora-MG Você está preso e acredita que só pode viver dentro dos padrões e dos conceitos enraizados em sua mente a partir e até quando sua personalidade foi formada, até quando sua linha de pensamento foi formatada pelas pessoas e pelos meios que influenciaram sua vida e a maneira como deveria viver, dentro dos limites do certo e do errado, contextualizando a sociedade e você dentro dela. Você caiu em uma armadilha e agora não consegue se libertar. Você nem ao menos sabe que precisa se libertar. Todo mundo diz que você poderia mudar nisto ou naquilo, para ser visto como alguém menos polêmico ou menos chato, mas você não enxerga o caminho para a mudança. Formou seus conceitos, plantou seus valores e só sabe viver dentro deles. Um exemplo: muitos homens acreditam que em muito pouco tempo de casamento o interesse sexual por suas mulheres deve acabar e que eles, porque são homens e não podem mais f
Fragmentos filosóficos delirantes LII* Acontece amiúde que as verdadeiras tragédias da vida apareçam de forma antiestética, que nos ofendam com a sua crua violência, a sua incoerência absoluta, a sua absurda falta de sentido, a sua total falta de estilo. Agem sobre nós da mesma forma que a vulgaridade. Dão-nos a impressão da mera força bruta, contra a qual nos revoltamos. De vez em quando, no entanto, uma tragédia que possui os elementos da beleza passa pelo nossa existência. Se estes elementos de beleza forem verdadeiros, despertarão o sentido dramático que existe em nós. De repente percebemos que já não somos os protagonistas de um drama, mas sim os espectadores. Ou então somos as duas coisas juntas. Assistimos ao espetáculo de nós mesmos, e somos tomados pela maravilha do espetáculo. *Oscar Wilde
Fragmentos filosóficos delirantes LI* "Vens da pobreza das casas do Sul, das regiões duras com frio e terremoto que quando até seus deuses rodaram á morte nos deram a lição da vida na greda. És um cavalinho de greda negra, um beijo de barro escuro, amor, papoula de greda, pomba do crepúsculo que voou nos caminhos, alcanzia com lágrimas de nossa pobre infância. Moça, conservaste teu coração de pobre, teus pés de pobre acostumados às pedras, tua boca que nem sempre teve pão ou delícia. És do pobre Sul, de onde vem minha alma: em seu céu tua mãe segue lavando roupa com minha mãe. Por isso te escolhi, companheira." *Pablo Neruda
Passos da arte de tornar-se Mônica Aiub Filósofa Clínica São Paulo-SP "O papel do filósofo clínico, longe de ser aquele que promove a separação, o desconectar-se do real, é acompanhar a pessoa em sua construção, provocando-a a olhar para a realidade na qual se insere, e a encontrar, nesta realidade, os elementos para modificar a si mesma e ao mundo ao seu redor" "Observe que não se trata de isolar o partilhante de seus contextos, de compreendê-lo de modo subjetivista, pois o filósofo clínico pretende observar a singularidade do partilhante na coletividade na qual ele se insere. Interessa conhecer como a pessoa se tornou o que é, como ela interpreta o vivido, situando-se no mundo e interagindo. Interessam as relações" Dessa ideia, surgiram algumas questões: Como isso ocorre nos consultórios de filosofia clínica? Como se dá o processo de construção de si mesmo? Ao respeitar a singularidade, não se tornaria um trabalho subjetivista, podendo levar a pessoa a
Estudo da Personalidade Estereotipada do Homem Lúcio Packter Pensador da Filosofia Clínica Wilhelm Reich, um filósofo do corpo, escreveu em um verão, em 1946, um pequeno texto para uso interno de seu Instituto. Nesse escrito ele mostrava, entre outras coisas, o que o homem comum, classe média, homem universal de sua época, fazia a si mesmo. Sua visão de manada, suas reações de coisa, sua alma encarcerada. No consultório, aquele breve texto de Reich, Escuta, Zé Ninguém!, encontra atualizações várias. No meu trabalho em consultório, como filósofo clínico, atendo pessoas em diversas cidades pelo País, ecos de estereotipia, que levam a atualizações do texto de Reich, ecoam. Vejamos um deles. As mulheres deveriam saber, já que muitas parecem não ter notado, que homem é um ser em extinção. Algumas conseguem um exemplar em oficinas, igrejas, indústrias, com muita dificuldade, pois existem imitações ordinárias. É urgente um movimento que hasteie cuecas, camisetas de educação física
Inteligência Coletiva Beto Colombo Empresário Filósofo Clínico Coordenador da Filosofia Clínica na UNESC Criciúma-SC “Penso, logo existo”, já disse o filósofo Descartes. Uma das diferenças do homem com os outros animais é o fato dele pensar. No entanto, fico impressionado ao ver como algumas pessoas preferem não pensar e não desenvolvem uma das competências mais importantes para o mundo moderno: aprender a pensar. É claro que para algumas pessoas o exercício do pensar dá trabalho, dói medularmente. Quem se dispõe a “queimar neurônios”, quando podemos receber quase tudo “de mão beijada”? No entanto eu vejo que sem o exercício da reflexão, corremos o risco de ter vidas vazias, como folhas mortas levadas pelo vento de um lado ao outro. Precisamos aprender a pensar. Talvez só assim tomaremos as decisões mais acertadas. Em 1995 participei, em nossa empresa, de um seminário designado “Como Empresas Competitivas Aprendem a Aprender”. Durante três dias seguimos um método próprio
Noite Invernal Rosângela Rossi Psicoterapeuta e Filósofa Clínica Juiz de Fora-MG A noite foi chegando mansamente O frio dentro e fora me convidando ao acolhimento sob os cobertores. Mas,o sono fugiu... Cantei uns mantras em meditação, orei. E, o sono correu... Minha alma em festa, serenamente esperou. Porém, o sono não surgiu... Sorrindo e em paz decidi ler poesia. E o calor do instante acendeu minha alma, quando li sobre kabir: Ele diz: "Tem-se que procurar pela beleza. Ela está em todo lugar; Toda natureza está plena de beleza. E a beleza não é nada mais que Deus escondido. Toda a beleza é d'Ele". Arrepiei, não de frio, mas de emoção. E continuei lendo: "Cada flor é um convite, um encontro marcado com Deus". kabir poetizou: "Meu coração está delirante, E exponho na minha alma o que está escondido. Estou imerso na grande felicidade Que transcende todo prazer e toda dor". ...e o sono não mais teve espaço, nesta n
Ritmo interno x metas x limites Sandra Veroneze Filósofa Clínica Porto Alegre-RS Vivemos em uma sociedade, especialmente em sua face profissional, empresarial, de negócios, que hipervaloriza características como força, foco, resiliência, resistência, determinação... De modo geral, acredita-se que esses predicados proporcionam que se chegue mais próximo das metas e objetivos pretendidos. A contrapartida de satisfação é estresse, cansaço, desânimo, quiçá também doenças, problemas de saúde, afetivos, etc, dependendo de quanto e como cada um lida, melhor ou pior, com a pressão. Para alguns, a adrenalina do último momento é fundamental para manter o brilho e a vibração, para o desespero de quem prefere atuar com prazos mais dilatados, planejamentos, agendas milimetricamente calculadas. Certo e errado, diante da total diversidade de pessoas, situações, modus operandi, é uma lógica que, aqui, cai por terra. Inclusive por ser o constructo de cada um, a partir de vivências, que deter
Fragmentos filosóficos delirantes L* Espera "Não me digas adeus, ó sombra amiga, Abranda mais o ritmo dos teus passos, Sente o perfume da paixão antiga, Dos nossos bons e cândidos abraços! Sou a dona dos místicos cansaços, A fantástica e estranha rapariga Que um dia ficou presa nos teus braços... Não vás ainda embora, ó sombra amiga! Teu amor fez de mim um lago triste: Quantas ondas a rir que não lhe ouviste, Quanta canção de ondinas lá no fundo! Espera...espera...ó minha sombra amada... Vê que pra além de mim já não há nada E nunca mais me encontras neste mundo!... *Florbela Espanca
Olá amigos, Contamos com sua participação em nosso Café Filosófico Clínico na Livraria Martins Fontes: um bate-papo informal sobre questões cotidianas, abordadas a partir da perspectiva filosófico clínica. Tragam suas questões! Quinta-feira - dia 07/07, às 19:30 - Av. Paulista, 509 - São Paulo - SP Abraços, Monica Instituto Interseção www.institutointersecao.com (11) 3337-0631
Inverno Olympia Filósofa Clínica São João del Rei-MG Domingo nublado Vale do Matutu Perto do casarão Saboreando farofa de pinhão moranga recheada com truta defumada cachaça mineira O olhar cutucou a vida.
MÉDICOS E MÁGICOS Ildo Meyer Médico e Filósofo Clínico Porto Alegre-RS Quando se trata de fazer um brinde, automaticamente pensamos em saúde. Poderíamos deduzir então que um dos principais anseios da humanidade seria uma vida saudável? Não é tão óbvio assim. O que significa saúde e de que forma será alcançada? Parece que ao brindar, as pessoas imaginam estar fazendo um pedido mágico, como a um gênio da lâmpada, que eliminará qualquer doença que possa estar rondando. O trabalho e a preocupação serão transferidos para este ser poderoso e os “brindadores” não mais precisarão levar a sério os cuidados com o corpo, pois encontram-se protegidos. Só lembrarão da saúde na hora do próximo brinde ou quando ela faltar. Quando surge um sintoma indicando que a saúde está de partida, não reconhecem, negam e postergam a procura por ajuda especializada. Iludem-se dizendo que contra eles a má sorte não acontecerá. Contam com a magia do brinde. Não estou falando da previdência social,

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