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Mostrando postagens de agosto, 2011
Vida nova Sandra Veroneze Jornalista e Filósofa Clínica Porto Alegre/RS Os primeiros dias da primavera estão aí e com eles um clima todo especial de renovação, vida nova. São as flores que nascem, os ventos que se espalham e pra mim, que faço aniversário em outubro, o convite é duplo para que de fato se inicie um novo ciclo. Setembro, portanto, costuma ser um mês diferenciado, por um lado com energia pulsante, direcionada para a vontade de empreender e realizar. Os sonhos gestados ao longo do último ciclo começam a tomar forma numa planilha de planejamento, programação, e os cenários que se desenham também desenham o sorriso nos lábios. Por outro lado, setembro é portanto e igualmente um mês de limpar gavetas, mente e coração. Jogam-se fora objetos, emoções, sentimentos e planos mortos. Às vezes até pessoas cujo prazo de validade já venceu, por mais duro que isso possa parecer. Humanos que somos, precisamos desses ritos de passagem, e como é bom respeitá-los, vivê-los. É u
Quem não gosta de Sexo? Rosangela Rossi Psicoterapeuta e Filósofa Clínica Juiz de Fora/MG Esta é uma pergunta que não se faz. Pois, por incrível que possa parecer tem muita gente que preferiria que sexo não existisse. Isto mesmo. Cada vez mais tem gente que confessa não gostar, nem querer sentir o prazer da vida sexual. Qual o motivo disso, se sexo é sinônimo de vida plena? Acontece que por desconhecimento, por idéias equivocadas, por experiências mal vividas, o sexo foi colocado na gaveta da alma e trancado a sete chaves no armário do coração. Muita gente finge que sabe muito sobre sexo, mas na realidade, sexo ainda é tabu, em plena era da dita liberação. O sexo continua sendo um enigma a ser desvendado. A repressão e a liberação, fora do tempo certo, são as primeiras causas do desprazer. De tanto ouvir: - Cuidado, não sinta, não toque, não goze, é pecado..... O corpo foi encouraçando, fechando, travando, negando a vida. E este corpo da culpa e do medo rejeita o instinto
O Eterno Recomeço Beto Colombo Filósofo Clínico, Coordenador da Filosofia Clínica na UNESC Criciúma/SC De 11 a 18 de junho fiz uma aventura que gostaria de ter feito há anos: o caminho de volta a ilha de Santa Catarina. Juntamente com mais 19 peregrinos, iniciei na praça XV, em Florianópolis, exatamente embaixo da centenária figueira, e retornei no mesmo ponto, oito dias depois. Antes de retornar à figueira, caminhei 182 quilômetros percorridos em ruas asfaltadas, ruelas apertadas e até trilhas milenares estreitas. A cada passo uma surpresa, a cada morro um deslumbre, a cada subida uma expectativa, a cada descida um encontro. Durante estes oito dias, me embrenhei nas matas quase que intocadas da ilha, conheci regiões inóspitas que sequer têm energia elétrica. Existem cantos da ilha que parece que o mundo não parou, mas ainda anda lentamente, num ritmo natural. Mas em meu artigo de hoje, quero me ater a grande e bonita metáfora da partida e da chegada. Sim, pois na caminha
GENTE ajudando GENTE Jane Difini Kopzinski Fisioterapeuta, Quiropraxista, Filósofa Clínica Porto Alegre/RS "¨É possível creditar-lhe a inspiração da vida ao seu redor, embora também ela seja refém de origens desconhecidas. Sendo uma versão sempre outra, se institui transgressora aos frascos que tentam lhe aprisionar, assim apodrece para se reinventar e voltar como água nova." Hélio Strassburger Como pode alguém rotular GENTE , singular e particular em suas experiências de vida? Momentos de observações vividas, no Hospital Psiquiátrico em Porto alegre, com os partilhantes e o filosofo clinico, são de uma experiência que, em termos de aprendizado e reflexão sobre o ser, nos fazem refletir. A particularidade do mundo criado por cada partilhante , onde a verdade é de quem a cria. Quantas realidades em apenas um só ser. A capacidade de autogenia. Alguns deixam transparecer suas principais EPs no momento, já outros, pela sua linguagem, assustados com a dor que per
Introdução ao Vice-Conceito Bruno Packter Filósofo Clínico Florianópolis/SC Vice Conceito, segundo Lúcio Packter, é um procedimento clínico que diz respeito aos conceitos que se substituem. Na Filosofia Clínica, Vice Conceito é a mediação dos símbolos na malha intelectiva por construção, derivação e associação, de maneira que a pessoa possa lidar com aspectos de sua vida. Na obra A Filosofia das Formas Simbólicas, o filósofo Ernst Cassirer tem como objetivo mostrar como o homem constrói um mundo sobre o qual se destacam objetos e nexos entre esses objetos. Nesse sentido, sua busca se dá pelos modos da “função simbólica”, ou seja, com tudo aquilo por meio do que o homem se destaca da diversidade das aparências sensíveis para enchê-la de sentido através de um ponto de vista unificador – a linguagem, o mito, a percepção e o conceito. Para Cassirer, portanto, de fato o homem é um ser simbólico, pois suas relações podem ser pontuadas por símbolos. Mas, na concepção da clínica f
Espelhos Rosemiro A. Sefstrom Filósofo Clínico Criciúma/SC Vamos comentar acerca de uma das perguntas mais fáceis de serem feitas, mas nem tão fáceis de serem respondidas. Pergunte-se a você mesmo: Quem sou eu? Independente da resposta que você elaborar, você estará trabalhando o princípio de identidade, ou seja, o que identifica e diferencia você de outras pessoas. Mas para que você possa se identificar e se diferenciar das outras pessoas é necessário um caractere de identidade. Esse caractere pode ser chamado de espelho, ou seja, um conjunto de condições que permite que você se veja e possa se identificar em meio às outras pessoas. E agora, qual seria o espelho no qual você se olha? Para ilustrar a situação, imagine uma menina com uns quinze anos de idade que usa como espelho os outros. Neste caso, ela será para ela mesma o que os outros disserem dela. Se os outros disserem que ela é feia, burra e pobre, muito provavelmente é assim que ela se verá. Pessoas como esta menina
Realidade ou Sonho? Letícia Porto Alegre Psicoterapeuta e Filósofa Clínica Porto Alegre/RS Você já parou para olhar ao redor? O que vê é sonho ou realidade? Realidade!!! Tem certeza? E se fosse um sonho? Você já parou para pensar se as situações que passou ao dormir eram só simples sonhos? Talvez dirá que é obvio que é só sonho afinal nunca existiu, mas ao acordar, alguma vez, com certeza, você deve ter sentido como se realmente tivesse passado por aquela situação e achou que o sonho fosse real! Mas afinal o que é e qual é a realidade? Algo material que podemos ver e sentir e sempre existira? Quer uma dica? Nada é permanente! Lá no interior, nos prótons e elétrons de tudo, há uma constante mudança. O chão que você pisa não é mais o mesmo de antes. Olhe, ele mudou de novo, mais uma vez, incrível! Se o chão de agora não é mais o mesmo do qual era quando eu comecei a escrever então ele sumiu? Não é mais real? Mas você sentiu ao pisa-lo! O real está dentro de nós, n
AUTO-AJUDA:INDICAÇÕES E EFEITOS COLATERAIS Ildo Meyer Médico e Filósofo Clínico Porto Alegre/RS Auto-ajuda funciona mais ou menos assim: ou você ama ou odeia. De um lado os que mantêm na cabeceira pilhas de livros de auto-ajuda, de outro os céticos, crucificando sua leitura e as considerando obras de menor valor. Entre esses, os enrustidos, que lêem, mas não assumem. Apesar da discriminação, preconceituosa ou realista, o fato é que a cada ano mais de 3,5 milhões de livros de auto-ajuda são colocados no mercado. Além da explosão de vendas, surgiram “gurus” da auto-ajuda, lotando auditórios com suas palestras e participando de vários programas na mídia. Será que temos mais problemas que nossas bisavós e nos tornamos mais dependentes dos ensinamentos da auto-ajuda? Provavelmente não, nossas expectativas é que se tornaram irrealistas e procuramos desesperadamente atalhos para alcançá-las. Criamos uma sociedade onde temos que matar um leão por dia. Queremos a ascensão cultural
Sim ou não? Sandra Veroneze Filósofa Clínica Porto Alegre/RS Não sei se as pessoas ficaram mais espertas ou se os programas de televisão que perderam a graça. O fato é que há um tempo atrás era mais fácil se divertir em frente à telinha. Década de 80, mais precisamente. Um quadro exibido no programa do Sílvio Santos, aos domingos à tarde, era insuperável. Não lembro do nome do jogo, mas as regras eram simples: o participante ficava trancado em uma cabine e podia responder somente sim ou não. Detalhe: sem ouvir a pergunta. Sílvio Santos perguntava: “Você troca um par de chinelos por uma bicicleta?”. E a vítima respondia: ‘simmmm”. Sílvio Santos retornava: “Você troca a bicicleta por um fusca?”. A resposta: “nãooooooo”. Era hilário. Ao final da bateria de perguntas, o participante ficava com o prêmio que ele próprio havia escolhido. Evidentemente, a posição mais confortável nessa brincadeira era a do apresentador, que definia as perguntas, a ordem delas e o prêmio que o part
Somatizar é viver Luana Tavares Filósofa Clínica Niterói/RJ No decorrer da vida nos deparamos com incontáveis conflitos existenciais. Em muitas das vezes não nos damos conta do impacto que a existência, em múltiplos níveis, exerce sobre nós mesmos e sobre a forma como conduzimos nossos sentimentos, nosso trabalho, nossas relações, nossos pensamentos e toda a carga existencial que tudo isso envolve. Em tantos momentos a vida transborda e, então, com o copo cheio, fica confuso seguir adiante. Quando esta carga se torna pesada demais, seja porque entendemos o que acontece, ou seja porque não entendemos, talvez aconteça de haver uma projeção em nosso corpo daquilo que nos perturba a alma. As conseqüências são diversas e, dependendo do tipo de manifestação, este pode ser o momento de buscar ajuda terapêutica. É claro que essa busca implica na percepção de que somos seres dotados, em nossa estrutura, de uma totalidade estrutural, composta obrigatoriamente de mente, corpo e emoção,
Meu encontro com Dra. Nise da Silveira Rosângela Rossi Psicoterapeuta e Filósofa Clínica Juiz de Fora/MG Tem momentos da vida da gente que são inésquecíveis, Um deles foi aquela noite, no Rio de Janeiro. Eu havia terminado minha pós graduação em Psicologia Junguiana no IBMR. A psicologia profunda de Jung sempre me instigou a pesquisa. Sabendo da existência da psiquiatra rebelde, que questionou os métodos desumanos da psiquiatria, e criou novas formas de tratar os portadores de transtornos mentais, que esteve presa com Olga Benário por ser comunista, foi discípula de Carl Gustav Jung, aventurei-me a conhecê-la pessoalmente. Na época ela estava bem velha, mas muito lúcida. Liguei para sua casa e marquei o encontro. Ela não colocou nenhum impecillho, mesmo sendo eu uma simples psicóloga desconhecida dela. Imaginem minha ansiedade para este encontro marcado! A rua estava escura e o local de seu apartamento bem ermo. Bati a companhia e sua assistente me recebeu.
Fragmentos filosóficos delirantes LVIII* Coração "Dizem que se ama uma só vez na vida... O amor, no entanto, para mim, parece Taça espumante que, uma vez bebida, Se outra vez se beber, mais apetece. O coração é uma árvore florida, Que dentro em nós, sem o querermos, cresce, E que, sempre a dar flores, à medida Que os botões se lhe arrancam, mais floresce. A mão do Tempo essa árvore maltrata. Mas, qual planta podada, dia a dia, Mais em ramos e flores se desata: Que era nos turvos séculos remotos Que o coração,para dar flor, possuía A indolência romântica do lotus..." *Humberto de Campos Poeta brasileiro Produção de 1904-1931
Fragmentos filosóficos delirantes LVII* "Quantas vezes, amor, te amei sem ver-te e talvez sem lembrança, sem reconhecer teu olhar, sem fitar-te, centaura, em regiões contrárias, num meio-dia queimante: era só o aroma dos cereais que amo. Talvez te vi, te supus ao passar levantando uma taça em Angola, à luz da lua de junho, ou eras tu a cintura daquela guitarra que toquei nas trevas e ressoou como o mar desmedido. Te amei sem que eu o soubesse, e busquei tua memória. Nas casas vazias entrei com lanterna a roubar teu retrato. Mas eu já não sabia como eras. De repente enquanto ias comigo te toquei e se deteve minha vida: diante de meus olhos estavas, regendo-me, e reinas. Como fogueira nos bosques o fogo é teu reino." *Pablo Neruda Poeta chileno 1904-1973

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