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Vida nova

Sandra Veroneze
Jornalista e Filósofa Clínica
Porto Alegre/RS


Os primeiros dias da primavera estão aí e com eles um clima todo especial de renovação, vida nova.

São as flores que nascem, os ventos que se espalham e pra mim, que faço aniversário em outubro, o convite é duplo para que de fato se inicie um novo ciclo. Setembro, portanto, costuma ser um mês diferenciado, por um lado com energia pulsante, direcionada para a vontade de empreender e realizar.

Os sonhos gestados ao longo do último ciclo começam a tomar forma numa planilha de planejamento, programação, e os cenários que se desenham também desenham o sorriso nos lábios. Por outro lado, setembro é portanto e igualmente um mês de limpar gavetas, mente e coração. Jogam-se fora objetos, emoções, sentimentos e planos mortos. Às vezes até pessoas cujo prazo de validade já venceu, por mais duro que isso possa parecer.

Humanos que somos, precisamos desses ritos de passagem, e como é bom respeitá-los, vivê-los. É uma pena que o estilo de vida adotado especialmente nas grandes cidades prejudique a observação de ciclos como noite e dia, estações do ano, fases da vida, cada um nos sinalizando para o que é mais adequado e apropriado de se viver.

Naturalmente, a noite seria para o descanso, o inverno para o recolhimento, a adolescência para florescer, mas vemos pessoas dormindo pouco, crianças tendo vivências mais apropriadas para a fase adulta, e assim por diante.

E não adianta culpar a sociedade por isso. Todos nós temos condições de criar nosso próprio oásis de bem estar. Costumo brincar, metaforicamente, que todos os dias, passo por passo, vou construindo o jardim da minha vida, onde é necessário se cuidar do que tem de mais sólido (chão, piso, colunas, construções) e o que tem de mais sutil e delicado (as flores, os objetos de decoração), conjugando objetivo e subjetivo, yin e yang, para que seja de fato um espaço para se celebrar o quanto a vida é boa.

No cotidiano, seria algo como alimentação adequada, exercícios físicos regulares, dormir tanto quanto se precisa, trabalhar com amor e afinco, relacionar-se com verdade e se permitir ser melhor a cada dia que passa, buscando emoções, sentimentos e pensamentos saudáveis.

Enfim, já é primavera e hora de voltar com mais frequência aos parques, colocar o pé na grama, sentir a poesia que está no ar, experimentando o renovar de cargas das baterias para este novo período. Até a próxima primavera temos a possibilidade de caminhar, engatinhar e/ou correr atrás dos nossos sonhos, não importando que caiamos mil vezes, desde que nos ergamos mil e uma!



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