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David, campeão do mundo

Lúcio Packter
Pensador da Filosofia Clínica


Dia 14 de junho, um dia antes do Brasil estrear na Copa, um pequeno jornal catarinense publicou o seguinte artigo que escrevi:

Você já leu alguma coisa de Charles Dickens? Eu gosto muito daquele livro chamado David Copperfield. É aproximadamente uma autobiografia e David é uma criança de quem gostei logo às primeiras páginas.

Bem, Charles Dickens costuma arrumar as coisas de modo intenso, raramente deixa de exagerar e não despreza nenhuma banalidade que possa ser engraçada.Uma das coisas que me chamavam a atenção é como situações complexas se resolviam subitamente, no momento exato em que precisavam ser resolvidas, na história de Charles Dickens.

Eu penso em Dunga, em Kaká, Robinho e os demais dungas daquela seleção. Desejo que eles conheçam David Copperfield, que saibam que a bola é o detalhe importante da coreografia da vida. A telinha mostra somente aquele balãozinho branco indo e vindo, deixa de lado toda a vida inteligente dos avanços, recuos, esquadras e danças por todo o campo, as coincidências que depois chegarão à bola. Estas coincidências podem ajudar se nos depararmos com uma Itália, uma Holanda e com, Deus nos livre!, aquela Argentina de Messi e de outros Maradonas.

Acho que vamos precisar da poesia, das coincidências incríveis que acabavam ajudando David Copperfield, do sonho para irmos adiante nesta Copa. No fundo eu gostaria de ver Ganso, Ronaldinho Gaúcho, Adriano voando e comovendo em campo.

Não me importaria de retornar das quartas de final diretamente para Guarulhos depois de perder de 3 a 1 para a Holanda. Eu quero primeiro a poesia, a rima imperfeita, o sonho, as lindas e inteligentes jogadas. Isso, para mim, é ser campeão do mundo.

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