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Pensar? Para que pensar?

Rosângela Rossi
Psicoterapeuta e Filósofa Clínica
Juiz de Fora/MG


Somos viciados em receber tudo pronto. Pensar? Para que pensar? Se tudo já vem enlatado, deformado em
informações programadas.

Questionar, para que questionar? Mais fácil ser conduzido pelas ideologias dominantes. Ser massa e rebanho. Para ser aceito pela alienação da maioria.

Ligamos a TV e ficamos paralisados vendo todos os mais fantásticos recursos tecnológicos nos ensinando o que devemos ou não fazer. Acreditamos que todo o televisivo é a verdade absoluta.

Ser ou não ser. Relatividade. Dúvida. Interrogação. Angústia. Para que vamos complicar a vida? Sombra?
Queremos apenas a perfeição.

Acreditamos que a vida é apenas isto. O que os outros nos dizem que deve ser e é, passa a ser o dogma estabelecido. O ‘pode ser’ ou ‘não ser’ não tem lugar no nosso dicionário diário.

Gente maluca estes tais filósofos. Complicam a vida. Andam na contra mão e questionam tudo. Nada
respondem, só perguntam. Parecem crianças de 5 anos.

Imagina só. Tem professores que não mais querem dar aula, eles querem que a gente pense. Dão textos e ficam observando a gente trabalhar. Que chatice! Pensar para que? Queremos tudo pronto. Decorar e copiar. Pensar dá trabalho.

Será que as grandes descobertas surgiram como passe de mágica? Ou da cabeça de gênios pensantes? Teríamos a internet, o avião, o celular, as grandes cirurgias, se todos ficassem apenas sentados frente TV, apenas copiando e repetindo o já existente?

Há 2500 anos atrás um homem singular, chamado Sócrates já convidava a pensar, questionando. E foi convidado a tomar cicuta. Ele era um homem muito perigoso. Pensar é perigoso. Pensar gera transformação.

Jesus, também não dava o peixe, mas ensinava a pescar. E foi crucificado. Ele era muito perigoso. Continua a ser perigoso ainda hoje.

Criatividade? Singularidade? Ser rebelde? Ser livre? Para que? Viver plenamente? Com as luzes e sombras?
Com angústias e alegrias? Vale a pena, viver com nosso coração atrelado a cabeça?

Questão de escolha e de consciência. As luzes precisam acender e nos fazer ver e perceber que temos neurônios demais adormecidos. Podemos pensar com nossos cérebros ativos e usar nossa genialidade escondida pelo sistema que prefere cordeiros.

Como? Será que conseguiremos romper com a preguiça de pensar por nós mesmos? Sair da acomodação
dos ‘tudo pronto’ e ter a coragem de agir livremente sem as muletas das cópias e regras pré-estabelecidas?

Experimente!
A vida nos chama agora.
A questão é descobrir o próprio caminho entre as pedras e encontrar a fonte.

Não nascemos humanos para sermos apenas animais. Recebemos um cérebro capaz de pensar e criar.
Não é justo colocar nosso potencial no armário das inutilidades e não viver todo nosso potencial. Afinal
somos demasiadamente humanos. Seres de inteligência e consciência.

Nossa inteligência pode e deve usar de toda sua criação num pensar e refletir continuamente para realizar o
grande desafio que é o VIVER HUMANO.

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