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COM PAIXÃO

Will Goya
Filósofo Clínico, Poeta.
Goiânia/GO

Entra, se eu servir de abrigo.
Até hoje nossa casa só foi habitada por fora.

Há tantos olhares que não foram ditos...
Enquanto me demorava em não te conhecer.

Se te adoro em tão pouco encontro
É que o tempo se acumula em delicados excessos.
A espera não deveria ser feita de desejos... Mas é.

Mais breve que o amor, foram os dias e noites antes da tua chegada.
Soubesse tão perto, acordaria mais cedo.

Eu te vi sumir a cada esquina, quando corri.
E amei tudo o que não me deixava em paz,
Como se o amor fosse troca, compensando a falta.

Amor antigo, na frente de estranhos.
Contigo aprendi o que era o mundo na tua ausência,
E ainda nem chegaste.

Sozinho em San Pablo, California/US, entre as leituras e as frestas da
janela veneziana do meu quarto, observava a noite chegar. Então pensei:
“quando chegará o meu grande amor?”.

Tolice! Como se um grande amor
fosse outra coisa que não o acúmulo e o metabolismo de todos os amores já vividos, todos os erros e acertos, revelando à nova pessoa amada a
experiente sabedoria do amante.

Mas... naquele instante, abandonadas as
reflexões filosóficas, o que chegou mesmo foi este poema.

Vem... Abandona teu corpo num sorriso.
Deixa os pensamentos se perderem de ti.
Eles também querem voltar pro céu.

Entrega sem reserva tua roupa e teu perfume,
Que em teu corpo há uma taça para beber os gozos da vida,
Emoções à espera dos meus dons... Eu tenho sede.

Nossas almas querem ouvir a noite imensa dos segredos
Que guardamos um pro outro
E do cansaço à exaustão,
Cheios de silêncio, inventar nossas próprias verdades,
Pois o amor é confidente.

Antecipa tua presença, querida...
Que ao longe ficamos os dois a sós.

Dá-me o teu convite à porta do quarto em que me esperas
E descansa em teu rosto os sonhos da vida,
Que às manhãs hei de chamar teu nome com paixão.

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