Pular para o conteúdo principal
Esvaziar a Mente

Beto Colombo
Empresário, Filósofo Clínico, Coordenador da Filosofia Clínica na UNESC
Criciúma/SC


Querido leitor, que você esteja bem. Hoje vamos refletir um pouco sobre esvaziar a mente. Tenho pensado muito, nos últimos dias, sobre um assunto que a meu ver é interessante e extremamente importante em nossas vidas, na vida de cada um. E o foco do meu pensamento, até bastante prazeroso, é o de se esvaziar.

Lembro que fiz o Caminho de Santiago duas vezes e dele tirei uma conclusão que trago até hoje, que é o de esvaziar a mochila, de deixá-la mais leve. Daqui a pouco a mochila está tão pesada que a vida, que é o que deve ser vivida, não pode seguir seu fluxo porque tem muito peso, muitos compromissos, muitas responsabilidades.

É comum eu receber solicitações para encontros, para programas, para festas, para reuniões, para trabalho, para sociedade, enfim, como ser humano aberto ao contato com as pessoas, recebo muitos convites. Se eu aceitasse pelo menos metade deles, necessitaria de 48 horas no dia, 14 dias na semana, 60 dias no mês, 730 dias no ano. Talvez até mais.

Além da mochila pesada, e isso a gente sente no corpo, ainda temos o cérebro cheio de coisas: de ideias, de agendas, de compromissos... Nosso cérebro, muitas vezes, é comparado a uma biruta de aeroporto. Gira para todos os lados e não sai do lugar. Esvaziar a mochila é fácil, é visível. Mas como esvaziar o cérebro, a mente?

Em conversas com amigos e especialistas, uma das fontes é a meditação. Pelo que sei, há várias formas de meditação, desde as sentadas, as deitadas até as caminhando. E foi aqui nela que me encontrei.

Mas meu foco no tema de me esvaziar surgiu quando Thereza Carlota, uma amiga de 68 anos que fez o Caminho da Ilha comigo agora no último mês de junho - juntos percorremos 188 quilômetros ao redor da capital de Santa Catarina em 8 dias – ela, quando se esvaziou para o novo, é que sentiu o que é a meditação e, a partir daí, passou a dar valor.

Não tem como não citar o diálogo do aprendiz com o mestre:

- Mestre, o que devo fazer para meditar? - perguntou o aprendiz.

Diante da pergunta, o Mestre respondeu:

- Sente e medite!

Não tem outra forma de fazer, senão fazer.

Sentado, deitado ou caminhando, não importa. Talvez devesse encontrar o seu jeito, a sua forma . Há aqueles que meditam observando pássaros. Você quer tentar? Então pare, escute-se e não pense. Pelo menos por alguns instantes durante o dia. No começo é difícil, depois a prática ensinará.

É assim como o mundo me parece hoje. E você, o que pensa de esvaziar a mente?

Comentários

Visitas