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Fragmentos filosóficos delirantes LXXII*


"Para compreender o delírio devemos fazer um salto de um mundo vital para outro, no qual todos nós temos uma obscura aptidão, não pelo fato de termos delirado, mas porque podemos fazê-lo"

"Quando a vida se torna invivível, deve-se inventar uma vida nova"

"No decorrer da existência, cada indivíduo experimenta, então, diferentes versões de si mesmo, que incluem trechos não traduzidos na linguagem das camadas seguintes"

"O sujeito delirante é incoerente e absurdo somente em relação ao mundo compartilhado, porque é muito coerente e razoável na ótica do mundo 'substituto'"

"O delírio dilacera o cenário opaco do mundo da vida, dado por todos como pressuposto, e o coloca em discussão abertamente. Onde nada é óbvio, tudo deixa de ser familiar, tudo é submetido a um exame cuidadoso e a uma revisão radical"

"Mais do que um defeito ou uma ausência, encontra-se no delírio uma plenitude excessiva, um transbordamento"

"Justamente por ser a verdade, com certa frequência, inverossímil, os poetas e todos que, com audácia, recorrem ao auxílio da imaginação estão, às vezes, em condição de colhê-la antes e melhor do que os cientistas, sempre vinculados a imperativos de cautela, observantes de procedimentos e saberes que exigem o reconhecimento oficial e, às vezes, preocupados em não arriscar seu nome respeitado"

*Remo Bodei
Pensador italiano

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