Pular para o conteúdo principal
Sexo e Desejo

Rosângela Rossi
Psicoterapeuta e Filosofa Clínica
Juiz de Fora/MG


Corpo quente e ardente de tanto querer. Alma saindo pelo coração de tanta paixão. Humanos sedentos de encontro e tesão.

Tudo seria lindo e perfeito se compreendessemos nosso corpo do desejo. Com certeza o sexo seria poesia e a alma agradeceria.
Mas, somos humanos, demasiadamente humanos com todas as imperfeições que temos direito. Aprendizes, se humildes.

O desejo nasce da falta. O que nos falta? Nos falta o outro. Assim nosso corpo deseja a fusão para sentirmos, por um só momento, plenos.
Somos todos seres incompletos na falta. Desejosos do gozo, do nirvana , do morrer e do nascer no encontro.

Por que então o sexo não tem cumprido sua função transcendente?
No tempo que a imagem se faz mais importante, o foco não é mais o encontro, porém o desejo narcisista de se mostrar para seduzir e competir.

Busca-se o corpo ideal renascentista, sempre jovem. E como a maioria não serve para capa de revista, a frustração impera.
Com o desgosto da imperfeição o sexo fica debaixo do tapete a espera de um milagre. Ou de fantasias solitárias regadas por viagras.

Neste triste estado da realidade contemporânea o desejo do corpo gera paixões platônicas que invade bares e esquinas. O desejo e a falta se disfarçam na última moda dos manequins que vendem ilusões. O consumo dos cosméticos se alastram enriquecendo as multinacionais.

E nós os simples mortais, onde colocamos nosso desejo autêntico de um sexo pleno, que relaxa e dá prazer verdadeiro?
Não temos receitas prontas, só nos resta fazer pensar na qualidade da nossa vida sexual.

Aceitamos nosso corpo como ele vai se transformando com o tempo?
Aceitamos nossas imperfeições como parte da natureza humana?
Valorizamos o carinho delicado num gesto de ternura?
Colocamos os desejos sexuais na lista das prioridades com consciênca de sua real importânca em nossa vida?
Temos paciência e serenidade para viver um sexo com inteireza?

Pois, falar de nossos desejos para o parceiro, expressar nossas dificuldades sexuais francamente, é um dos passos essenciais para qualificar nossa sexualidade.
Mentir, fingir, reprimir, evitar o sexo só vai promover angústias.

Sexo é natureza. Sexo está para além do simples gozo. Sexo é encontro de corpos almados.
Sexualidade é poética das sensações que transitam por nosso corpo a escrever os mais delicados desejos.

Desejamos, sim, o que nos falta e o que nos falta é o encontro autêntico e pleno com o outro.
Então, desejo a todos vocês neste final de ano , um bom e pleno sexo. Com certeza a alma agradecerá e o corpo celebrará.

Comentários

Visitas