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Fragmentos filosóficos delirantes LXXXI*


"A leitura da obra desenvolve-se, pois, numa oscilação contínua, pela qual se vai da obra a descoberta dos códigos de origem que ela sugere"

"(...) nos grandes autores as soluções retóricas, mesmo correspondendo aos critérios estabelecidos por uma retórica como técnica gerativa, afiguram-se novas e inusitadas: a tal ponto que é preciso um esforço para identificá-las no seio de um discurso de aspecto livre e inovador"

"A compreensão da mensagem estética também se baseia numa dialética entre aceitação e repúdio dos códigos e léxicos do remetente - de um lado - e introdução e repulsa e códigos e léxicos pessoais, de outro"

"A obscuridade das criações artísticas que se apresentam pela primeira vez a um público ainda não adestrado"

"De repente um autor, para descrever-nos algo que talvez já vimos e conhecemos de longa data, emprega as palavras de modo diferente, e nossa primeira reação se traduz numa sensação de expatriamento"

"A semiologia e uma estética de fundamentação semiológica podem sempre dizer-nos o que uma obra poderá tornar-se, nunca o que se tornou. Quando muito no-lo poderá dizer a crítica, à guisa de relato de uma experiência de leitura"

"A experiência de decodificação torna-se aberta, processual, e nossa primeira reação é acreditar que tudo quanto fazemos convergir para a mensagem está de fato nela contido"

"A mensagem pode pôr em jogo vários níveis de realidade"

*Umberto Eco

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