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Mulheres super poderosas

Débora Perroni
Professora de Filosofia, estudante de Filosofia Clínica
Porto Alegre/RS


Hoje enquanto estava lavando a louça (isso também pode ser terapêutico), me dei conta do quanto é difícil ser uma mulher independente, livre, bem decidida, bem articulada, enfim contemporânea!

Hoje, eu entendo uma série de relatos de grandes mulheres que afirmam ter problemas em relacionamentos amorosos, realmente não é fácil. Parece-me que os homens têm certo receio (pra não dizer medo), de uma mulher que parece ser tão auto-suficiente, que transmita uma imagem de que não necessite da sua presença.

Talvez, se eu fosse homem, também escolheria uma mulherzinha mais meiga, carente, frágil, doce, que eu pudesse dominar e não me sentir inseguro ao seu lado.

Por outro lado, me sentiria um machista com a idéia de um homem provedor, o que, enquanto mulher não acho ruim. Não posso negar que temos culpa no cartório, realmente, companheiras do século XXI, por vezes, nos escondemos tanto embaixo de uma armadura de auto-suficiência que fica complicado de alguém sentir-se útil, importante, podendo gerar dessa forma falsas expectativas de um abandono, por exemplo.

Cabe esclarecer que não fazemos nada disso de propósito, às vezes, esta explicação está na nossa historicidade. Como o caso de Dercy Gonçalves, que transformou a revolta com o pai em algo produtivo como a sua carreira. De qualquer forma, ela teve vários problemas nos seus relacionamentos amorosos, acredito eu, que muito em função do pai.

Isso me lembra o mito de Palas Atena, grande Deusa grega, que nasceu da cabeça de seu pai Zeus, contam que ele teve uma forte dor de cabeça e através de um furo feito em sua cabeça nasceu Atenas, já adulta e com seu escudo. É a Deusa da sabedoria, da arte da guerra e contam que morreu virgem. Fazendo uma alusão a história de Dercy, podemos dizer que aconteceu algo semelhante no seu caso, pois através de seu pai nasceu uma nova mulher.

Penso que nós, mulheres do século XXI, cada uma ao seu modo, tenha sido impulsionada a agir da forma como agimos em função de alguma cobrança externa, talvez alguma decepção amorosa ou através da experiência de nossos pais, em todo caso acho que fomos machucadas de alguma forma por um homem, seja ele pai, irmão ou amor.

Lembra-me também de Alice no País das Maravilhas, conta-se que a jovem de 19 anos é uma garota independente e que se sente vigiada pelas mulheres da aristocracia, suas atitudes contradizem a sociedade da época e ela não sabia como equilibrar seus sonhos com o que esperavam dela, e acabou por recusar um casamento e então partiu, por acaso, para o País das Maravilhas onde viveu loucas experiências.

Definitivamente eu me identifico com essa garota! Vejo que existe um mundo de possibilidades que me aguardam e não tenho medo de encará-las!

Acho que é isso, somos mulheres super poderosas, belas, mas adormecidas e pode não parecer, mas também queremos um príncipe encantado!

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