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Fragmentos filosóficos delirantes XCVIII*


"Aonde chegaríamos se quiséssemos despir o conceito dos primórdios de sua natureza relativa ? Só existem começos relativos"

"Certas conquistas da alma e do conhecimento não podem existir sem a doença, a loucura, o crime intelectual"

" Na esfera de Lessing, nós nos acostumamos a relativizar as coisas, a humanizar o conceito de verdade, e nos habituamos à ideia de que os critérios do que é verdadeiro residem menos na verdade defendida do que naquele que a defende"

"A palavra é recriada, sem que tenha sido gasta, é única, como se fosse retirada pela primeira vez do seio da linguagem, reinventada, reassociada com o seu sentido de maneira que esse sentido começa a transcender estranhamente (...)"

"(...) os amigos da humanidade e da perfectibilidade que acreditam que o ser humano almeja a felicidade e a vantagem, quando na verdade ele também anseia por sofrimento, essa única fonte do conhecimento, e não deseja o palácio de cristal e o formigueiro da perfeição social, jamais abrindo mão da destruição e do caos"

"(...) enquanto poeta, Hermann Hesse ama a postura de editor e de arquivista, o jogo de esconde-esconde atrás da máscara de alguém que "revela" os papéis de outras pessoas"

"A natureza não oferece paz, simplicidade, univocidade; ela é o elemento da interrogação, da contradição, da negação, da dúvida ampla"

"(...) aquilo que resulta da doença é mais importante e estimulante para a vida e sua evolução do que qualquer normalidade aprovada do ponto de vista médico"

"A vida não é suave com as pessoas, e podemos dizer que ela prefere mil vezes a doença criativa, doença que doa genialidade, doença que enfrentará os obstáculos a cavalo, saltando de rocha em rocha com audaz embriaguez, à saúde que anda a pé"

"A genialidade na arte seria então o elemento da surpresa e do encanto que causa pasmo, o elemento da ousadia que só pode ser conhecido em suas realizações"

*Thomas Mann

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