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Floripa*

Querido leitor, que você esteja bem. Hoje vamos refletir sobre a nossa capital, exatamente sobre o nome de Florianópolis.
Como você, ouvinte atento, deve lembrar, recentemente falei, em um artigo intitulado “Entre a Montanha e o Mar”, a minha relação com a água, com o mar. Naquela oportunidade escrevi que só fui conhecer o oceano quando tinha oito anos, antes disso, ficava imaginando como seria o mar.

Também falei da minha relação com a orla marítima, com a água salgada, com as ondas, os ventos, os pássaros. Falei sobre o balneário Rincão e sobre as praias de Florianópolis. Lembro-me que deixei subentendido que muita coisa me fisgava em Floripa, e as praias era uma delas, e de uma importância decisiva.

Contudo, algo jamais gostei da nossa capital, se é que você me entende: não gosto e assumo, não gosto do nome. Florianópolis. Como sabemos, seu nome é da junção de duas palavras: pólis, que significa cidade, e Floriano, que vem de Floriano Peixoto, primeiro presidente da República.

Fundada por bandeirantes paulistas na segunda metade do século XVII, a antiga Nossa Senhora do Desterro mudou de nome com o advento da República, em 1889. Conta a história que as resistências locais ao governo republicano provocaram um distanciamento do governo central e a diminuição dos seus investimentos.

Em detrimento a essa oposição, pelo menos duas centenas de catarinenses foram mortos e enforcados na Ilha de Anhatomirim. A vitória das forças comandadas pelo Marechal Floriano Peixoto, Marechal de Ferro, cinco anos após a proclamação da República, portanto em 1894, provocou a mudança do nome da cidade. Mudança esta que saiu de Desterro para Florianópolis, justamente em homenagem a Floriano Peixoto.

Floripa é uma ilha especial, uma cidade destacada para onde acorrem muitas pessoas, mas o que realmente não gosto é desse nome que lembra o Marechal de Ferro nascido em Ipioca, Distrito de Maceió (AL), que executava ou mandava executar os inimigos da recém-criada República.

Contra isso, há uma ideia que se arrasta há anos para fazer um plebiscito para mudar o Hino de Santa Catarina, que também foi uma imposição. Dizem que é uma letra que cabe para qualquer cidade, qualquer estado e até país. Fala muito, não diz nada. Em resumo: Não tem a cara a nossa gente. Mas sobre o hino do Estado, podemos refletir em outra ocasião.

Então, que tal a câmera de vereadores da capital se inspirar no plebiscito e também propor a mudança do nome de Florianópolis para Floripa? Ao invés da Cidade de Floriano, teríamos a cidade das flores. Que tal?

Já viajei todos os continentes, conheci muitos lugares, mas o lugar que realmente gosto, que me sinto em casa, principalmente quando me deslumbro olhando para o mar é Floripa.

É assim como analiso a mudança do nome de Floripa hoje. E você, já discutiu sobre isso antes?

*Beto Colombo
Empresário, filósofo clínico, coordenador da filosofia clínica na UNESC
Criciúma/SC

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