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Luz e Sombra*

Queridos leitores, paz! Hoje vamos refletir sobre a luz e a sombra.

Inicio meu comentário com um pensamento que é creditado a Bertold Brecht: “Há homens que lutam um dia, e são bons. Há homens que lutam muitos dias e são muito bons. Mas há homens que lutam a vida inteira, estes são imprescindíveis”.

O intelectual alemão, neste pensamento, provavelmente se referia ao engajamento político, a movimentos paredistas de contestação ao sistema, ao regime. E não há nada de errado nisso, pelo contrário. Mas quero focar este artigo não para o movimento político, mas para a construção individual, para o autoconhecimento, para autotransformação.

Para muitas pessoas, crescer dói e dói medularmente. Não é fácil ser melhor não é? Os apelos são muitos, variados e travestidos de todo tipo de visgo. Essas pessoas precisam lutar um dia, muitos dias, a vida toda. E, provavelmente, será uma jornada difícil, mas recompensadora.

Trago agora o psicólogo Carl Jung. Para ele, “não há despertar de consciência sem dor”. Eu penso que compreendo o que ele quer dizer com “não há despertar sem dor”. Sei que para algumas pessoas, a transformação não ocorre se não na dor, contudo, há as poucas que se transformam pelo amor.

Continua Jung, para evitar a dor, “as pessoas farão de tudo, chegando aos limites do absurdo para evitar enfrentar a sua própria alma”. Aqui, podemos lembrar as drogas, indo das legais como o álcool quanto as ilegais como cocaína e crack. O auto boicote pode ser visto também no alimento descontrolado, na falta de cuidado com o corpo numa demonstração clara de um suicídio velado, branco. Afinal de contas há o suicídio que ceifa a vida de forma abrupta e aquele que faz isso lentamente.

Ao finalizar sua ideia, Carl Jung ainda diz que “ninguém se torna iluminado por imaginar figuras de luz, mas sim, por tornar consciente a escuridão”. Penso que se pode entender por “iluminado” alguém que se conscientizou de determinada questão, movimentou-se ao encontro deste despertar e busca a cada dia alinhar sua prática a sua conclusão. Quando consegue viver isso de forma natural eis a iluminação.

Quando Jung fala de iluminar e acolher a sombra, provavelmente queira dizer que ao invés de negá-la, ao invés de colocar as nossas mazelas embaixo do tapete, devemos assumi-las, pois só assim vamos ressignificá-las e transformá-las.

Então câmera, luz e ação! Um bom caminho rumo a você mesmo.

É assim como o mundo me parece hoje. E você, o que pensa sobre luz e sombra?

*Beto Colombo
Empresário, filósofo clínico, coordenador da filosofia clínica na UNESC
Criciúma/SC

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