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Escrituras, desleituras, releituras VI*



"O artista da fome vai longe demais. Mas este é o risco, o perigo inerente a qualquer ato artístico: deve-se estar disposto a dar a vida"

"(...) pedir vida às palavras é arriscar-se a ser esmagado por elas"

"Tudo tem lugar na ausência, na distância entre palavra e elocução, e cada poema surge no momento em que nada mais resta a dizer"

"A obra que desperta nosso senso de literatura, que nos dá um novo sentimento do que a literatura pode ser, é a obra que muda nossa vida. Muitas vezes, parece improvável, como se surgisse do nada, e por estar tão implacavelmente fora da norma, não temos escolha a não ser criar um novo lugar para ela"

"Louis Wolfson se situa fora da literatura como a conhecemos e para sermos justos com ele devemos lê-lo em seus próprios termos. Pois somente assim seremos capazes de descobrir o livro dele pelo que é: uma das raras obras capazes de mudar nossa percepção do mundo"

"O poeta como errante solitário, como um homem na multidão, como um escriba sem rosto. A poesia como uma arte da solidão"

"(...) é mais que apenas solidão. É exílio e uma forma de chegar a um acordo com o exílio que, de alguma forma, para o bem ou para o mal, consegue deixar a condição de exílio intacta"

"Como em Tchekhov ou na fase inicial de Joyce, o desejo é deixar os acontecimentos falarem por si mesmos, escolher o detalhe exato que tudo dirá e, desse modo, permitir que o máximo possível permaneça não dito. Essa espécie de contenção requer paradoxalmente uma abertura de espírito de que apenas poucos estão dotados: uma capacidade de aceitar o dado, de permanecer uma testemunha da conduta humana e não sucumbir à tentação de se tornar juiz"

"O indizível gera uma poesia que ameaça continuamente ultrapassar os limites do dizível"

"Ashbery escreve como um forasteiro, como alguém destituído da possibilidade de uma interação tolerável com o mundo e, por mais dissimulado ou humorístico que se torne, o sentimento essencial em seus poemas é de saudade"

"Se a linguagem deve ser levada até seu extremo, então o escritor deve se condenar a um exílio de dúvida, a um deserto de incerteza. O que temos de fazer, com efeito, é criar uma poética da ausência. Os mortos não podem ser ressuscitados, mas eles podem ser ouvidos, e suas vozes vivem no Livro"

*Paul Auster

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