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Lembrando Lou Salomé*











A alma rufla para longe.
O ser se vai em momentos de desespero da alma engaiolada.
Em dor, o corpo exige primazia.
Em posse dela, os seres se assemelham.
Se arrastam pela noite da alma
barbarizam seus rostos insanos
arranham as paredes da vaidade
não vêem a hora de dizer adeus
a cada prova mais amarga
a cada dia mais exposta e inexplicável.
Sim, a vida da alma dói
de tal modo que a irradiação nociva atinge camadas
e vai penetrando pele e peles internas - mucosas;
glândulas;
seivas;
veias rupestres;
fibras nem tão inocentes;
e, quando é funda demais, atinge os ossos
e diz que veio pra ficar.
Sim, a alma se vai
como vão-se os anéis.
É o divórcio imediato
do qual resulta a depressão.
Mas, se queres viver, viva por ela
neste mundo de Maya.

*Vânia Dantas
Filósofa Clínica
Brasília/DF

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