De preferência, as
pessoas rotulam, é mais fácil. Na minha infância autodidata, falavam mal de
gibi, hoje falam de internet. Já bradavam quando comecei nesse meio, nos anos
90. Observo tantos serem os meios de exposição. Se fazem mal uso, vai do
caráter de cada um.
Tenho amigos de todos
os tipos; uma curiosidade é que os amigos físicos, reais, firmes e confidentes,
às vezes se comunicam melhor comigo por escrito. Ao vivo somos um tanto
diferentes.
Na verdade, tudo seria
questão de meio adequado para entregar-se. Por opção ou facilidade, alguns se
dão melhor com a palavra escrita, ali conseguem coordenar suas ideias, até
mesmo sem o peso da convicção, da entonação das frases e dos acentos da voz.
Entenda-se: o ser tem muitas camadas, a verbal é apenas uma.
De algumas pessoas
observei personalidades variadas: eram uma ao escrever, outra ao telefone,
outra pessoalmente, e ao microfone... Em cada ambiente de comunicação, eram
certos tópicos que apareciam. Na minha mente, cruzava os dados alfabéticos,
depois os fonéticos e os gestuais, inclinada pela história de Cyrano de
Bergerac, fantasiando se quem escrevia era o mesmo ser com tantas arestas ao
vivo.
Enfim, tenho que
agradecer à tecnologia por abrir a porta para a fala de tantos. A simples
questão “Você já conheceu alguém da internet?” vem de alguns como um segredo de
alcova. Meus caros, a internet é como um bar, uma igreja ou a porta da rua.
Como se diz, “em qualquer lugar tem gente ruim”, signifique isso o que for.
Malícia, todos
precisamos de. Mas uma alegria imensa é ver que o filho informa seus gostos e
gratidões através do acesso a formas diversas de difusão de mensagem, até não
intencionalmente; mas a pescamos.
Vânia Dantas
Filósofa, escritora, filósofa clínica
Brasília/DF
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