Pular para o conteúdo principal

O fracasso*












Ninguém inicia um projeto para que ele dê errado. Sempre se começa porque se acredita na possibilidade de obter sucesso, mas nem sempre isso acontece, algumas vezes fracassamos!

E fracassar não é para qualquer um, dar-se por vencido é coisa para poucos. Creio que somente quando nos damos conta de que um projeto chegou ao fim podemos admitir novas possibilidades, abrindo espaço para o fechamento de um ciclo e simultaneamente iniciando um novo.

O fracassado não é um pobre coitado, ele correu o risco de entregar-se a um plano e por isso já é um vencedor, no entanto é difícil lutar quando se chega ao fundo do poço, é um momento muito delicado que deve ser considerado com todo respeito, como se diz: não se chuta cachorro morto! Ninguém pode ter a dimensão da dor do outro, a dor de cada um cabe somente a si mesmo.

Há os que preferem ter planos B e C, todos podem prever, de acordo com seus padrões, como será o futuro, ao meu ver, aí já começa o fracasso. Abrir a porta para o fracasso é projetá-lo. Além disso, ter mais de uma possibilidade deixa a mente perturbada, confusa. Talvez os maiores casos de sucesso ocorram justamente quando não resta outra alternativa. Não quero dizer que não devemos avaliar os riscos de um novo empreendimento, no entanto não podemos nos apegar ao que pode dar errado.

Diversas vezes eu fracassei, em diversos setores em minha vida, às vezes penso que depois de tantos fracassos deveria começar a configurar a minha mente em busca de um novo padrão, admitindo que certos planos talvez nunca se concretizem, porém é nesse momento que a alma de uma fracassada grita! Geme! E chorra! Em um pranto que me mostra que meus ideais não são apenas um plano meu, mas um plano divino e que o fracasso não é o absoluto, mas uma oportunidade de melhor preparo, amadurecimento e uma reafirmação de um compromisso selado há milênios atrás.

*Débora Perroni
Filósofa, Filósofa Clínica
Porto Alegre/RS

Comentários

Visitas