Há um tipo de
mitificação que para se escrever belas palavras precisamos estar tristes, em
crise ou deprimidos. Venho por meio de meus escritos quebrar esse "termo
universal"! Destruir mesmo, detonar!!!
Sinto o hoje tão mais
belo porque estou feliz, contentada com minhas conquistas e realizações!
Acredito cada vez mais no ser humano com ser pensante para o bem maior! Sinto o
cheiro da noite invadindo meu quarto, percebo o conforto da minha cama e me sinto
privilegiada! A vida está cada vez mais colorida na minha representação de
mundo. No quesito, o que acho de mim mesma, sinto-me forte, macia e segura.
Será
que estou fora da linha da realidade da vida? Será que teimo em acreditar que a
felicidade também pode ser produtiva e poética? Será que tudo que digo, por
estar muito bem, se torna "lugar comum"? Será que eu deveria estar
lendo Nietzsche, Sartre ou Wittgenstien para ser mais culta, e, portanto mais
feliz? Qual o valor real da beleza das palavras? Sofrer? Morrer de dor de amor?
Introspecção? Será?
Realmente, não tenho a
resposta para nada disso com fundamentações e citações pomposas, na verdade,
nem quero saber o que tais filósofos falaram a respeito da felicidade. Embora
saiba porque os estudei. Mas e daí?
Não sou mais, nem
menos...
Sou uma mulher que
desfruta do prazer da vida compartilhada com quem se ama. Sou simples,
complicada, inconstante e incoerente como qualquer mulher que tenha esse tipo
de representação, de si mesma, em suas estruturas de pensamento. O que importa
é que hoje sou melhor do que fui ontem, sou mais liberta de "armadilhas
conceituais", que eu mesma havia criado, em ter que provar para o mundo
que sou uma mulher inteligente. E como cultivei essa bobagem, reguei, adubei, e
me perdi inúmeras vezes.
Quantas bobagens
parecidas com essas, nos entorpecem a mente, não permitindo desfrutar da
verdadeira vida? Espero, amanhã, não me contradizer e cair em recaída. Não por
não poder entrar em contradição com meu pensamento, mas pelo simples fato de
querer continuar sentindo o prazer de estar feliz!!!
Aliás!!! Eu quero é ter
mais momentos quentes de pura explosão de alegria para gastar essa vida que
muitas vezes parece insana. Que pensem e falem mal. Hoje estou firme, segura e
muito feliz.
Tenho
descoberto que muitos de nós, deixamos, muitas vezes de sentir a plenitude da
vida pelo simples fato de estar sendo, ou não, aprovado pelo outro. Em um ponto
tenho que concordar com Sartre: " O inferno são os outros"!
Putz! E havia dito que
não faria nenhuma citação. Mas desculpem-me, não posso controlar o pensamento
de vocês, tampouco o pré-juízo. Citei!!!
Na verdade, muitas
vezes, não controlo, nem mesmo o meu pensamento!
*Vanessa Ribeiro,
Filósofa, matemática, atriz, filósofa clínica
Petrópolis/RJ
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