Há muitos filmes de
ficção que parecem nascidos de fatos verídicos. Quando terminamos de assistir a
determinados filmes, chegamos mesmo a duvidar que tal história nunca tenha
existido. Os papéis foram tão bem interpretados, a música casava-se perfeitamente
com as cenas, a iluminação e as paisagens onde ocorreram as filmagens chegavam
a beirar a perfeição. Cada gesto e expressão facial dos atores expressavam uma
verdade que poderia enganar a pessoa mais esperta.
Esta realidade dos
filmes de ficção é vivenciada por muitas pessoas que criam para si mesmas
verdadeiros roteiros de um mundo que não existe. Nesta trama que compõe o
roteiro de suas vidas estas pessoas ganhariam facilmente o Oscar de melhores
atores e atrizes na categoria ficção.
É complexo definirmos
quando começa o processo de criação de um roteiro de ficção na vida. Geralmente
ele é desenvolvido a partir de uma grande dor, ou perda. Interessante notarmos
que os grandes roteiros de ficção começam justamente a partir de um
acontecimento marcante na vida.
Quando a pessoa se
torna incapaz de viver a realidade de suas dores e traumas, ela cria um
mecanismo que irá desenvolver em seu sistema psicológico realidades ficcionais.
Criam para si mesmas um papel que não existe na realidade. Interpretam de
maneira tão sofisticada aquilo que acreditam que é preciso muita perspicácia
para descobrir onde termina a verdade e onde começa a ficção.
É preciso cuidado
nestes papeis que vamos assumindo ao longo do nosso roteiro existencial. Há
atores que hoje acreditam que não são amados e vivem em um mundo no qual não
tem mais sentido para eles. Perderam o roteiro principal da vida, no qual foram
criados para amar e serem amados. Assumiram um personagem que não representa a
verdadeira realidade da vida.
Somos protagonistas do
mundo que criamos para nós mesmos. Nas tramas da vida o melhor Oscar que
podemos receber é o de sermos protagonistas do amor.
*Pe Flávio Sobreiro
Filósofo, Teólogo,
Poeta, estudante de Filosofia Clínica
Cambuí/MG
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