Pular para o conteúdo principal

Somos poucos*



E explodimos todos
porque somos poucos
Não cabemos na ordem
que nos deram, de troco.

Pousamos
onde não nos espantam.

Pousamos e rebentamos
porque somos poucos

Penso nos mortos
nos desaparecidos.
Entre eles e nós,
há um redobrado aviso.
Um morse ou instinto.

Algo que sobrevive
à criação, ao dilúvio.
Um aperto de mão
que, de tão longe,
é abraço.

O soluço
ao lado de outro soluço
súbito.
E tudo é o mesmo laço
irresolúvel.

Sobreviventes,
nascendo aos poucos.
Aos poucos,
aos poucos
sobrevivendo.

Nascendo aos poucos,
aos poucos.

Carlos Nejar*

Comentários

Visitas