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Fragmentos de razão e desrazão*



"O que geralmente acontece com a loucura socialmente visível, é que há intervenção psiquiátrica, e o desenvolvimento da psiquiatria comunitária e o aumento geral de vigilância da população torna-a cada vez mais provável. A intervenção psiquiátrica leva a cabo, efetivamente, uma fragmentação da união paradoxal da loucura; primeiro, a alegria é destruída pela tratamento e, depois, até o desespero é aniquilado, deixando o 'bom resultado' ótimo da psiquiatria: pessoa nenhuma. A não-pessoa pode funcionar para o sistema ou tornando-se lucrativa, embora operando talvez a um nível reduzido, ou como parte da sub-população de 'mentalmente doentes' quer num hospital quer no 'manicômio familiar' fora dele, mas, em todo o caso, servindo de 'reforço negativo' da definição de normalidade para o sistema e do interesse pelo controle ilimitado da população."

"Razão e desrazão são ambas maneiras de conhecer. A loucura é uma maneira de conhecer, outro modo de exploração empírica dos mundos tanto interior como exterior. A razão para a exclusão e invalidação da loucura não é puramente médica, nem estritamente social. É, como tentarei demonstrar, política."

"Não-psiquiatria significa que o comportamento profundamente perturbador, incompreensível e 'louco' deve ser contido, incorporado na sociedade global e nela disseminado como uma fonte subversiva de criatividade, espontaneidade, não-doença."

"A não-existência da psiquiatria só será alcançada numa sociedade transformada, mas é vital iniciar agora o trabalho da des-psiquiatrização."

"O novo fator revolucionário é que as pessoas começam a fazer amor em vez de se limitarem a foder para procriar para os patrões. O orgasmo é uma loucura contagiosa e boa."

David Cooper

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