Será que não há nenhum
contexto para as nossas vidas? Nenhuma canção, nenhuma literatura, nenhum poema
cheio de vitaminas, nenhuma história ligada à tua experiência que possas passar
para nos ajudarem a ficar mais fortes? Tu és um adulto. O mais velho, o mais
sábio. Pára de pensar em salvar a tua imagem. Pensa sobre as nossas vidas e
conta-nos sobre o teu mundo em particular. Desenvolve uma história.
A narrativa
é radical, cria-nos a nós próprios no momento exato em que está a ser criada.
Nós não te vamos culpar se o teu alcance excede a tua compreensão, se o amor
incendeia as tuas palavras, se elas descem em chamas e nada deixam a não ser a
queimadura.
Ou se, com a reticência das mãos de um cirurgião, as tuas palavras
apenas suturam os sítios por onde o sangue pode ter fluído. Sabemos que nunca o
conseguirás fazê-lo corretamente – de uma vez por todas.
A paixão nunca é suficiente; nem a habilidade. Mas tenta. Por nós, e por ti próprio, esquece o teu nome na rua; conta-nos aquilo que o mundo tem sido para ti, tantos nos bons como nos maus momentos. Não nos digas o que acreditar, o que recear. (...) A linguagem é a meditação.
A paixão nunca é suficiente; nem a habilidade. Mas tenta. Por nós, e por ti próprio, esquece o teu nome na rua; conta-nos aquilo que o mundo tem sido para ti, tantos nos bons como nos maus momentos. Não nos digas o que acreditar, o que recear. (...) A linguagem é a meditação.
*Toni Morrison
Pulitzer em 1988
Nobel de Literatura em 1993
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