Isto vale muito a pena...
mas cansa , às vezes.
Vida de Livreiro. Nunca
gostei da expressão "vendedor de Livros". Comercial em demasia.
Livreiro apenas. Para dizer mais. Para dizer tudo.... Aliás, nunca me senti
confortável vendendo livros. Ou cobrando livros. No fundo, no fundo ensejava
ser doador de livros. Ou emprestador de livros. Imaginava e tinha certeza que
me daria melhor numa biblioteca. Ou numa livraria beneficente....
Sempre digo que
livreiro tem que ser curioso. Não pode ver pacote de livros, necessita abri-lo.
Não pode ver livro de contracapa, necessita virá-lo. Não pode ver livro
fechado, necessita abri-lo..
Singular profissão a
nossa, não é Mauro Messina. Conversávamos, eu e o Mauro. Havia época em que
livreiro tinha também a função de pesquisador de temas e autores para os
clientes. Lembrei-me de uma historieta:
Procurou-me, certa
feita, uma amável senhora que estava se preparando para um concurso. Trazia
somente as temáticas do concurso. Eu, como sempre, me dispus a ajudá-la. Sabia
que seria função dela pesquisar obras e autores. Lá fui eu, por duas ou três
semanas, juntando o melhor material possível.
Tempos depois encontrei
a senhora na Feira do Livro. Lembrou-me ela daquele fato. Agradeceu-me mais uma
vez. Falou que tinha passado no concurso e estava muito bem....
Eu que não sou de perder
a viagem disse-lhe que não havia necessidade de agradecimento. Todavia , me
sentia feliz. Jeitosamente, disse-lhe que poderia deixar minha conta bancária
para depósito de uma ínfima porcentagem....
Até hoje nunca conferi
detalhadamente meu extrato bancário
Deixa estar.....
*José Mayer
Livreiro, Filósofo, Poeta, Estudante na Casa da Filosofia Clínica
Porto Alegre/RS
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