Uns, com os olhos
postos no passado,
Vêem o que não vêem:
outros, fitos
Os mesmos olhos no
futuro, vêem
O que não pode ver-se.
Por que tão longe ir
pôr o que está perto —
A segurança nossa? Este
é o dia,
Esta é a hora, este o
momento, isto
É quem somos, e é tudo.
Perene flui a
interminável hora
Que nos confessa nulos.
No mesmo hausto
Em que vivemos,
morreremos. Colhe
O dia, porque és ele.
*Fernando
Pessoas
Comentários
Postar um comentário