Há momentos de
fragilidade de alma que a única alternativa para continuar caminhando é
confiar. São nesses momentos que nos conectamos com o mais profundo que há em
nosso "EU". Momentos de muitos desafios, dores por reconhecermos
nossas sombras e hiatos de fé por um amanhã mais confortante. Se mantivermos
nossos pés no chão da razão e nossos corações no divino que existe em nós,
esses momentos poderão servir para um aprimoramento pessoal de grande valia. A
reforma íntima tão pregada por muitas crenças se inicia a partir de nossas
dores pessoais, entretanto, se faz necessário uma reflexão e um alargamento de
consciência.
Eu, particularmente
acredito, que nada, absolutamente nada nessa existência é por acaso! Acredito
que uma dor tenha um significado tão importante quanto a lucidez de uma vida
saudável. Se aprendermos a significar de forma imparcial os acontecimentos
diários, conosco ou com um próximo, perceberemos que a própria vida com sua
habilidade de ensinar nos esclarece muito.
Ainda que tudo pareça
desconexo e sem sentido, como numa tarde cinza, sem sabor, sem aparente
significado definido, pode ser que nas entrelinhas das ruas percorridas por
nós, existam muitas cores camufladas e sentidos imperceptíveis num primeiro
contato no mundo das sensações pessoais. É necessário ter coragem para tentar
identificar as entrelinhas, mergulhar fundo em nosso universo infinitamente
único, estar disposto a deixar-se quebrar internamente para que haja uma
reconstrução integral.
E, nesse momento de
entrega, a confiança se torna uma parceira indispensável. Não é fácil confiar.
Algumas singularidades possuem muita dificuldade nesse processo de entrega
total!!! Mas a esperança que é irmã da fé, talvez seja a única solução para
muitos. Buscar ajuda para fortalecer essa esperança pode ser um caminho viável
e muito rico que trará uma calma para a alma no processo de entrega.
Aos poucos, as cores
vão começando a ressurgir diante de olhos antes nublados de dor, a vida vai
sendo reconstruída a partir de uma lucidez de autoconhecimento profundo. O que
antes havia sido despedaçado por tristezas emocionais, pode em muitas
situações, revelar a verdadeira identidade de um caminho para a cura e para a
luz.
Confiar é deixar fluir,
não como num barco sem leme, mas um deixar fluir diante das decisões tomadas no
dia-a-dia com reflexões e consciência de nossa imperfeição enquanto seres
humanos! Nesse momento de entrega, a culpa e o medo devem ser extirpados da
alma fragilizada, a meditação diária e o autorrespeito são ferramentas
preciosas dentro dessa transformação pessoal!
Confiemos, pois!!!
*Vanessa Ribeiro
Professora, atriz,
dançarina e filósofa clínica.
Petrópolis/RJ
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