A nossa própria conduta
nos define, sobretudo, quando fazemos sem obrigação ou quando parcelas
originais de quem nós somos nos escapa por entre os dedos das censuras e das
máscaras sociais tão sofisticadas.
Ora pois, a conduta
revela demais mesmo quando se tenta enganar crendo numa ilusão que no fundo não
passa de uma mentira para si mesmo. E o tempo vai passando na medida em que
prioridades e vontades vão mudando conforme as circunstâncias que vivemos e a
sabedoria que conquistamos a cada dia.
E prioridades e
vontades mudam mais ainda quando não há reciprocidade no cultivo quase sempre,
porque um lado fora ocupado por uma pessoa que quer tudo e, por isso, não
conquista nada. Na verdade, pessoas assim nem sabem o que realmente querem e
facilmente se dedicam cada vez mais ao consumo, ao ter para compensar a
carência de ser.
Não raro, são essas
pessoas as mais bem dotadas da triste escolha de se tornar potente
condicionadora de desamores como apego, ciúme, egoísmo, inveja, competição e
vingança. Curiosamente, quando próxima a nós, uma pessoa nesse estado se torna
um grande desafio para que não nos rendamos à tentação de sentir pena ao invés
de compaixão. Por isso, é tão importante que nos conheçamos de perto e, cada
vez mais nos tornemos melhores na arte do cuidar de si.
Afinal, somente dessa
forma poderemos acolher e ajudar com o respeito devido e a ternura humanamente
merecida toda vez que uma pessoa carente de ser nos der uma chance para
estendermos a nossa mão de modo a tocá-la na alma visando resgatá-la do seu
próprio abismo. Musa!
Prof. Dr. Pablo Mendes
Filósofo
Clínico. Professor. Poeta.
Porto
Alegre/RS
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