Às vezes o pensamento
se nega a pensar. O pensamento anda devagar algumas vezes. Flutua. Se arrasta.
É que na Feira do Livro
tudo deve estar guardado na memória. Livreiros verdadeiros se conhecem, mesmo,
na Feira do Livro. Você precisa ter uma livraria inteira na memória.
Isto não me preocupa.
Sei que não faz mal. Pelo contrário, faz bem. Sei, sem consulta médica, que não
sofrerei de Alzheimer...
Mas. às vezes, o
cansaço físico e mental se juntam. E você se sente lento como uma lesma. A
coisa anda a passos de tartaruga. Ou se nega a andar...
Atendo uma senhora
simpática. Na hora de alcançar-lhe o livro e o troco um senhor se apresenta
para receber a sacola e o troco. E sai caminhando.
E a senhora continua parada
a uns três metros de distância. Sinto-me acometido de algum erro e quase entro
em desespero. Não sei se vou atrás do senhor. Ou se vou abraçar a senhora.
Olho
para a senhora, ela percebe meu inocente desespero, sorri e fala:
"Fique tranquilo.
Ele é meu marido..."
Aproximo-me dos dois,
desejo boa leitura, dou um abraço e junto as mãozinhas deles para saírem
abraçados. Bem ao longe ainda
aceno para eles....
Boa Leitura...!!!!
*José Mayer
Filósofo. Livreiro.
Poeta. Estudante na Casa da Filosofia Clínica
Porto Alegre/RS
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