Um rápido tempinho para
um almoço. No mesmo lugar onde almoçamos juntos tantas vezes. Pedi um almoço
simples, prato do dia. Leve, pra não machucar os sentimentos. Pouco, para não
espantar as lembranças.
Me avisam que demoraria
quinze minutos. Legal, havia trazido caderno e caneta.
Me pus a escrever:
"O amor que tenho
por ti
É bem maior que a soma
Dos amores da tua vida.
Ah, se tu soubesses
Como um homem ama
Como é difícil para o
homem amar
Como é difícil para o
homem amar de novo
Ah, se tu soubesses
Como ama um homem como
eu...."
Terminado o almoço,
esqueci caneta e caderno sobre a mesa. Que culpa tenho por um esquecimento? Se
deixei sobre a mesa um pedacinho de mim. Retornei meia hora depois. Sobre a
mesa o caderno e a caneta. E abaixo do meu poema estava escrito:
"Ah, se eu
soubesse antes
O amor que tinhas por
mim...."
Tive a sensação que
reconhecia a letra. Comprei uma barrinha de cereal.
Que sempre dividíamos
juntos.
E saí....
*José Mayer
Filósofo. Poeta. Livreiro.
Estudante na Casa da Filosofia Clínica
Porto Alegre/RS
Comentários
Postar um comentário