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Entre a Vida, o Amor e a Morte*


Trigêmeas que andam de mãos dadas. Como falar de uma sem falar das outras...

Tarde de bate papo informal sobre a morte, em Canoas.

Francisco de Assis referia-se a morte como "minha irmã morte", em seus cânticos.

Não me foi dado a liberdade de escolher viver. Outros fizeram esta escolha. Se esta liberdade tivesse me sido dada, poderia ainda escolher por não viver. Isto, porém, não me foi concedido.

Minha existência, todavia, me foi dado fazê-la. Sou, de certa forma, o resultado daquilo que fizeram de mim, e o que eu fiz daquilo que fizeram de mim (parafraseando Sartre). Neste palco da vida, entre o meu nascimento e a minha morte, sou o meu ator insubstituível.

A morte é, parece-me, a única certeza da qual não consigo me esquivar. Espreita-me, sorrateiramente, sem hora marcada para uma visita. Diante da morte nosso olhar volta-se sobre o passado (ou para o futuro? Talvez). Que ainda assim possa ser um olhar benevolente para reafirmar que a vida valeu a pena. E que a minha existência seria repetida, caso me fosse dado uma nova oportunidade..

E o amor?
Ah, o amor..
O amor é uma boa surpresa
O amor é uma alegre incerteza
Não vem com hora marcada

Vem antes e nos leva
Chega cedo e toma conta
Nos surpreende pelas costas
Nos assusta no escuro da noite.

E então ficamos assim:
Amamos quando do amor
Já não queríamos mais nada

Quando do amor
Já não esperávamos mais nada
Quando já tínhamos ido embora
E temos que voltar.

*José Mayer
Filósofo. Livreiro. Poeta. Estudante na Casa da Filosofia Clínica
Porto Alegre/RS

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