E então vestia-se de
anjo
Sabia exatamente o que
queria
Mas o que queria mesmo,
nunca soube...
Adorava a noite com
suas sombras. Contudo temia os olhos do escuro. Seu dia era pesado. Á noite
vestia-se de seu sorriso e se alegrava. Enchia-se de coragem.
Reclamava do tempo e da
sua lentidão. Sabia, todavia, que não havia outro jeito. O tempo era o melhor
remédio para algumas dores. Então, dava tempo ao tempo. E o tempo lhe retribuía
na mesma moeda.
Amava a chuva e os dias
nublados. Por aquilo que eles escondiam..Escrevia sobre aquilo que o tempo não
mostrava. Ansiava por um grande amor na chuva....
Temia o desconhecido.
Mas o mistério a fascinava. Vestia-se muito mais para se ocultar, do que se
revelar. Entrava mar adentro, voava com o vento , surfava nas nuvens.
Adorava viajar. Pegou
então uma carona para as estrelas. Não haviam lhe ensinado que o brilho de umas
é tão lindo de longe, mas queima de perto.
Não queria se entregar
a amores. Mas pensava o tempo inteiro em um deles. Deu-se conta que as pessoas
se iludem. Por vezes o boca mente, a mente ignora e o coração se engana...
Era um anjo
Achava que sabia o que
queria
Mas o queria mesmo,
nunca saberá....
*José Mayer
Filósofo. Livreiro.
Poeta, Estudante na Casa da Filosofia Clínica
Porto Alegre/RS
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