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A poesia e o amor*



Só conhecemos quando temos coragem de superar as superfícies, as ilusões. Conhecimento não se conquista se ficarmos apenas nas margens ou nos lugares confortáveis e seguros. É preciso o risco do mergulho profundo e em nós mesmos para descobrirmos caminhos de superação de apegos, de angústias e de dores produto da nossa própria ignorância.

É preciso mergulhar fundo em tudo que devemos aprender para concretizar sonhos sejam eles ordinários por serem comuns, sejam eles extraordinários por serem únicos. E, ainda, concomitante, é preciso sentir para escolher o que realmente faz sentido, uma vez que assim poderemos inspirar um mundo melhor naqueles que tocamos.

Porventura, onde houver poesia haverá amor e, se somos mesmo continentes chamados pessoas é porque somos sim banhados por oceanos profundos que nos unem e nos fortalecem, transbordando-nos todos em um e um em todos. E somente vencendo a superfície que poderemos conhecer e nos surpreender, por exemplo, pelo fato de que distante um mar pode ser azul e de perto pode ser ora turvo ora esverdeado.

Mas é quando mergulhamos que nos descobrimos incluímos e percebemos que na verdade, toda a água de um mar é translúcida e reveladora de auroras coloridas e coloríveis que sustentam a vida do mundo de todos e de cada um de nós mesmos.

Afinal, conhecer implica necessariamente na ousadia de mergulhar, movido por uma dinâmica sutil, poderosa e irônica demais que revela o quão é libertária a conquista da sabedoria, pois o que sufoca nesses casos são somente as superfícies. Musa!

*Prof. Dr. Pablo Mendes
Educador. Livre Pensador. Filósofo Clínico
Uberlândia/MG – Porto Alegre/RS

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