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Fragmentos Filosóficos, Delirantes*


"(...) esse projeto de uma obra de arte, que faz da categoria do provisório a sua própria categoria da criação, pondo em questão, constantemente, a ideia mesma de obra conclusa, instalando o transitório onde, segundo uma perspectiva clássica, vigeria a imutabilidade perfeita e paradigmal dos objetos eternos (...)."

"O espectador influi sobre a formação, isto é, sobre a transformação do quadro e, assim, se converte em seu co-autor (...) O diálogo entre o quadro e o espectador renova-se continuamente, com a constante criação."

"(...) a palavra é o resultado acústico do pensamento"

"O que caracteriza a função poética é, assim, um uso inovador, imprevisto, inusitado das possibilidades do código da língua."

"(...) justamente esse desvio da norma, que rompia as expectativas do leitor, explicava o processo da arte, que é um processo de desautomatização (o uso normal do código automatiza as reações) mediante um recurso de singularização."

"O artista que aspire a pensar originalmente e a dizer coisas próprias de seu tempo deve preparar a língua de que necessita com suas próprias mãos (...)."

"As regras nascem quando falta quem pense (...)."

"Chomsky, do ponto de vista da gramática gerativa ou transformacional, põe a ênfase no aspecto criador da linguagem, ao nível de sua utilização corrente, dizendo que as coisas se passam como se o sujeito falante inventasse de certa maneira a língua à medida que se fosse exprimindo ou a redescobrisse à medida que a fosse ouvindo falar em seu redor (...)."

*Haroldo de Campos in "A arte no horizonte do provável" Ed. Perspectiva. SP. 1977.

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