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Fragmentos Filosóficos, Poéticos, Delirantes*


"O leitor se inclina e se precipita. E ao cair - ou ao ascender, ao penetrar nos aposentos da imagem e entregar-se ao fluir do poema - se desprende de si mesmo para integrar-se em 'outro si mesmo' até então desconhecido ou ignorado." 

"O próprio da poesia consiste em ser uma contínua criação e assim tirar-nos de nós mesmos, desalojar-nos e levar-nos às nossas possibilidades mais extremas."

"A estranheza é assombro diante de uma realidade cotidiana que se revela de repente como o nunca visto."

"(...) a esquizofrenia revela semelhanças com o pensamento mágico."

"A poesia é metamorfose, mudança, operação alquímica, e por isso faz fronteira com a magia, a religião e com outras tentativas de transformar o homem e fazer 'deste' e 'daquele' o 'outro' que é ele mesmo." 

"(...) nós somos o tempo, não são os anos que passam, mas nós que passamos."

"Mas todo silêncio humano contém uma fala. Calamos, dizia sóror Juana não porque não tenhamos nada a dizer, mas porque não sabemos como dizer tudo o que queríamos dizer."

"(...) toda magia que não se transcende - isto é, que não se transforma em dom, em filantropia - devora a si mesma e acaba devorando seu criador."

"Léxicos e gramáticas são obras condenadas a nunca estar prontas. O idioma está sempre em movimento, mas o homem, por ocupar o centro do redemoinho, poucas vezes percebe essa mudança incessante."

"O poeta o cria; o povo, ao recitá-lo, recria. Poeta e leitor são dois momentos de uma mesma realidade. Alternando-se de uma forma que não é incorreto chamar de cíclica, sua rotação engemdra a faísca: a poesia."

*Octávio Paz in "O Arco e a Lira" Ed. Cosacnaify. SP. 2012

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