Pular para o conteúdo principal

Maria sim, vai com as outras não*


É encantador ver a força da mulher atual. Do modernismo à contemporaneidade, essa batalha pelo direito de ser livre e feliz, é espetacular.

Sou meio paradona, pacifista, um pouco avestruz e de verdade, me perdoem, prefiro ficar de fora das lutas, dessas lutas que se evidenciam por causas e ideias. Não me queiram mal. Admiro e faço minha parte na torcida e orações pelas conquistas que mulheres de fibra e, para alguns, diferentes de mim, buscam em nome do respeito que todas merecemos. Todo movimento dá em transformação.

Tenho visto lutas de todos os tipos em favor da liberdade de expressão, do direito de igualdade no trabalho e na vida, quanto à proteção e defesa nos casos de violência, para uma maternidade mais bem exercida, parto natural garantido e tantos outros atos lindos direcionados a formas de como a mulher pode viver melhor, depois de tantos séculos onde era vista como símbolo de inferioridade e tudo o que a ela se relacionava. Fico feliz por quem arregaça as mangas de forma evidente e ativa.

Contudo, venho falar aqui, lembrar, que existe uma linha tênue que separa o feminismo, do feminino e da feminilidade, que a meu ver, não está sendo bem observada, bem trabalhada e esclarecida. O resultado desse descaso aparece no meu consultório com a presença de moças muito confusas. Ora, uma mulher ou uma pessoa pode ser o que quiser, desde que tenha uma essência bem alicerçada.

Elas querem seus direitos e não sabem ao certo quais são os seus deveres. Elas querem os seus direitos e não sabem ao certo onde estão os seus prazeres. Querem ser elas mesmas, mas obedecem a imposições sociais de toda ordem e não sabem direito o que essas imposições significam.

A chave para abrir a porta e caminhar por um lugar na vida menos turbulento? Autoconhecimento.

Isso! Saiba quem você é e se assuma. Saia do meio desse tiroteio onde está, entre o que você é e quer ser e o que as pessoas pensam e dizem que é o certo ser. E aqui não tem o certo e nem o errado. E este conceito pode ser facilmente desmanchado quando você aprende que o certo é o que te faz sentir bem e o errado, o contrário, obvio. Sua consciência aponta se você está sendo alienada neste conceito. Fique atenta.

Sendo assim, quer ser mulherzinha, lindinha, gostosinha, Amelinha, boa mãe, profissional, mulher três em um e passível das dores e sofrimentos que esta escolha pode te causar, vá em frente, assuma, viva este papel arque com o ônus disso.

Quer ser uma militante, ativista, feminista ou não, falar mal de homem, negar a maternidade e o conceito judaico cristão de amor e de família e por aí a fora, viver sozinha e dar conta disso em todos os sentidos e passível das dores e sofrimentos que esta escolha pode te causar, vá em frente, assuma, viva este papel arque com o ônus disso.

Quer ser um pouco de cada, se posicione, seja! Diante de um ponto de vista bem fundamentado e sendo um ser bem apropriado, com certeza vai conseguir se colocar socialmente e individualmente. O segredo? Educação, serenidade, equilíbrio, elegância, retidão e uma dose exagerada de uma personalidade bem traçada no processo da vida.

Viva como quiser, mas viva em paz! Viva como quiser, mas que sua paz grite mais alto que seus ideais. Viva em paz e deixe viver em paz."

*Jussara Hadadd
Filósofa Clínica
Juiz de Fora/MG

Comentários

Visitas