A vida, cavalo selvagem
Anda a galope
Sem tempo de espera
Sem perdão pelo tempo
perdido
Não aceita explicações
Impassível, segue
adiante
Impiedosa
Não ri , nem chora.
Deus, não está nem aí
Não tem nada a ver
Com tudo isto
Mas viver é necessário
A vida é neutra
Depressa, levanta, vai,
corre
Gira
Roda
Atropela
Tritura
Mói
Dói.
A noite parece minha
salvação
Escrevo palavras,
palavras, palavras
Abraço-me a poesia
Minha tábua de salvação
Tudo sempre ainda em
vão
Poderia a poesia
salvar-me da morte?
Mas, o que me salvaria
da vida?
*José Mayer
Filósofo. Livreiro. Estudante de
Filosofia Clínica na Casa da Filosofia Clínica.
Porto Alegre/RS
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