Existe um mundo
exageradamente singular. O lugar constitui-se de eventos descritos num
vocabulário de exuberâncias. Uma estrutura onde tudo se agiganta diante das
expressões de êxtase. Sua sobrevida se alimenta de anúncios nos eventos
realçados. Seu teor fantástico traduz rumores de imensidão. Seu ser
extraordinário transborda numa perspectiva exaltada.
Nas entrelinhas do
discurso bem ajustado essa lógica dos excessos busca emancipar-se. Um devir
assim aprecia o refúgio numa dialética dos sobressaltos. Ao sujeito constituído
nalguma esteticidade, não é raro seu meio prescrever tipologias.
Ao surgir em
intensidade máxima contrapõe-se a rotina mediana. Seu dizer superlativo
emancipa o cotidiano para engendrar sonhos. Os relatos dessa linguagem sugere
um brilho incomparável ao seu autor. Desdobrando-se para além dos territórios
reconhecidos, modifica o lugar_espaço_tempo ao seu redor.
Uma fonte inesgotável
de paixões renova suas armadilhas existenciais. Assim, caminhar pelas calçadas
é sempre mais que caminhar pelas calçadas. Tomar um banho, ler um livro,
conversar com amigos ou apreciar um café significa sempre algo mais. Nesse
sentido sua melhor contradição é a noção de equilíbrio.
A fartura de seu
vocabulário denuncia uma subjetividade exaltada. Avista e emancipa horizontes
maravilhosos, atreve-se a vislumbrar o que ninguém via antes de si. Ao que se
tinha como dado e cristalizado, sua distorção oferece uma visão diferenciada.
Seu caráter misto de religioso e profano convive e se abastece das sagradas
heresias. Talvez por isso sua evidência seja tão ameaçadora! Ao rascunhar
pressentimentos atua na desconstrução das paredes, insinua ampliar
fronteiras.
Um ser incomparável se
associa na abundância dos eventos exóticos. Abalar menos vida com mais vida é
seu papel existencial preferido. Um transbordamento discursivo compartilha-se
nas janelas escancaradas de si mesmo. Ao sustentar utopias desconsideradas sua
natureza se expressa em lógica superlativa.
*Hélio Strassburger
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