"O homem sempre é, além de homem, outra coisa: anjo, demônio, fera, deus, fatalidade, história - algo impuro, alheio, 'outro'"
"O artista se debruça sobre a obra e não vê nela senão o seu próprio rosto, que atônito, o contempla. Os heróis modernos são tão ambíguos como a realidade que os sustenta"
"Podemos mudar, ser pedras ou astros, se conhecermos a palavra justa que abre as portas da analogia. O homem mágico está em comunicação constante com o universo, faz parte de uma totalidade na qual se reconhece e sobre a qual pode agir"
"No herói lutam dois mundos, o sobrenatural e o humano"
"O poeta limpa de erros os livros sagrados e escreve inocência onde se lia pecado, liberdade onde estava escrito autoridade, instante onde se gravara eternidade"
"O poeta moderno não tem lugar na sociedade porque efetivamente, não é 'ninguém'. Isso não é uma metáfora: a poesia não existe para a burguesia nem para as massas contemporâneas"
"O programa surrealista - transformar a vida em poesia e provocar assim uma revolução decisiva nos espíritos, nos costumes e na vida social - não é diferente do projeto de Friedrich von Schlegel e seus amigos: tornar poéticas a vida e a sociedade"
"Ser si mesmo é condenar-se à mutilação porque o homem é apetite perpétuo de ser outro"
"O homem é o inacabado, embora seja cabal nessa inconclusão; e por isso faz poemas, imagens, nas quais se realiza e se conclui sem nunca concluir totalmente"
*Octavio Paz in "O arco e a lira". Ed. Cosac Naify. SP. 2012.
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