“Vive a tua hora como
se gravasses o teu nome na epiderme de um tronco novo. Mas não voltes mais
tarde para junto dessa árvore, porque podes não reconhecer o teu nome nas
cicatrizes das velhas letras.”
Felippe
D’Oliveira
Sua tez de
singularidade maldita refere uma simbologia em viés de encantamento. Na
veemência discursiva compartilha uma fatia generosa de paraíso. O
sagrado_profano esboça uma íntima convivência com a reciprocidade. Os
significados apreciam aliar-se aos papéis existenciais de travessia. Assim o
feitiço da palavra como medicamento aprecia as estruturas mutantes envolvidas
na interseção.
Ao sugerir a cidade das
maravilhas, é possível um novo entendimento e relação com o universo interior.
Sua fonte de inspiração, muitas vezes, se faz menção em dialetos de esquiva. A
magia, um pouco antes de ser representação traduzível, aprecia transbordar
nalguma forma de excesso.
Uma fenomenologia em
aromas de dama da noite aponta o lugar renascimento de todo lugar. O discurso
assim descrito considera um artesão em meio a raridades, sua arte de acessar e
esculpir subjetividades convida aos eventos de simplicidade complexa. Um ser se
lança em busca de antigas promessas, seu compêndio de páginas por vir acolhe
originalidades à margem do instante.
O vocabulário possui
raízes na historicidade da pessoa, muitas vezes refém de prescrições a
considerar irrealizáveis seus projetos. Nessa ótica de contra ideologia os
termos agendados, quando substituídos, podem oferecer códigos de libertação.
Numa contemplação indefinível das ideias e sensações, se encontra um cogitar de
amanhãs. Um esboço, ainda tímido, revela possibilidades em processo. Vislumbre
de outras linguagens a percorrer os subúrbios de si mesmo.
Ao andarilho que se
sabe andarilho, encontra um abrigo eficaz na sua pronúncia. Seu aspecto de ser
errante é cúmplice desses momentos, onde razão e desrazão deixam de ser para
devir. Em seus relatos de magia, uma mescla de fantasia e realidade reescreve
as contradições em possibilidades. Sua natureza grávida de originais reflete os
nomes da singularidade.
Assim o sujeito
rascunha-se em busca de alguma edição para sua utopia em processo. A trama
delirante anuncia pluralidades pela alma inadequada. Na concepção e uso da
palavra exilada destitui-se sua condição de refém das circunstâncias, nela se
apresentam ensaios aos novos horizontes, ingredientes, até então, refugiados
nalguma espécie de devaneio ou loucura.
*Hélio Strassburger
Filósofo Clínico e
Professor
Comentários
Postar um comentário